Ficha de Conjunto

Retábulo da capela-mor da Sé de Lamego

  • Nº de Conjunto: 14 a 18
  • Museu: Museu de Lamego
  • Historial: Segundo documento encontrado por Vergílio Correia na Torre do Tombo, o primeiro contrato com o bispo D. João Camelo de Madureira foi firmado em Lamego a 4 de Maio de 1506, ficando o retábulo concluído em 1511. Apesar de restarem apenas cinco painéis de um conjunto inicial de 20, o segundo contrato (o primeiro mencionava um número menor de painéis), lavrado a 4 de Setembro de 1506, estipulava que Vasco Fernandes devia executar um retábulo constituído por um conjunto de 20 painéis pintados, que seria composto por esta ordem: dois painéis ao centro, figurando o de cima Deus Pai com o globo na mão e rodeado de anjos, e o de baixo, a Virgem, sentada, com o Menino ao colo; em três fieiras com três quadros de cada lado, cenas da Criação do Mundo, da Criação de Adão, Infância de Jesus, desde a Anunciação até à Apresentação no Templo. Também da sua responsabilidade seria a estrutura arquitectónica em talha, bem como os diversos pormenores de acabamento. Forma, dimensões, programa iconográfico, marcenaria, preço e condições de pagamento foram rigorosamente indicados pelo exigente bispo. O retábulo manteve-se no local para que foi destinado até que obras realizadas no séc. XVIII o fizeram apear e desmembrar. Diz Vergílio Correia que "durante dois séculos o políptico permaneceu armado na capela maior da Sé, até que as obras realizadas no segundo quartel do século XVIII atiraram a maior parte das tábuas desligadas para destinos incertos. Algumas seriam oferecidas a igrejas pobres, outras queimadas por imorais. O século de setecentos não compreendia já as ingenuidades dos primitivos, e a série da "Criação de Adão", vista de perto com os seus nus flagrantes, deveria indignar ou fazer estoirar de riso o cabido em claustro pleno" (Correia, 1942). "Na verdade, já em 1639 as "Constituições Sinodais do Bispado de Lamego", na esteira de toda a legislação congénere posterior ao Concílio de Trento, haviam a "decência" das obras de arte do interior dos templos, ordenando aos visitadores que mandassem destruir ou reformar os espécimes em que tal não se verificasse" (Gonçalves, 1990) Em 1910 encontravam-se os painéis na Sala do Capítulo, mas dos vinte painéis iniciais, apenas cinco se viriam a salvar. Em 1912 passam para o edifício do antigo Paço Episcopal, sendo incorporados na colecção do Museu de Arte e Arqueologia, criado em 1917, actual Museu de Lamego.
  • Descrição: Os cinco painéis remanescentes, actualmente à guarda do Museu de Lamego, faziam parte de um políptico para a capela-mor da Sé de Lamego, encomendado pelo Bispo de Lamego, D. João de Madureira (1503-1511), ao pintor viseense Vasco Fernandes. Dos 20 quadros executados entre 1506 e 1511 restam a "Criação dos Animais", "Anunciação", "Visitação", "Circuncisão" e "Apresentação no Templo".

Obras do conjunto

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