Retrato da Princesa D. Maria Francisca Benedita

  • Museu: Palácio Nacional de Queluz
  • Nº de Inventário: PNQ 243A
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Gravura
  • Autor: Rafael, Joaquim (1783-1864); (Pintor) Sendim, Maurício José (1786, Lisboa-1870, Lisboa) (Litógrafo)
  • Datação: 1829
  • Suporte: Papel
  • Técnica: Litografia
  • Dimensões (cm): Alt. 48,5 x Larg. 34,5
  • Descrição: Litografia onde num fundo rectangular, surge o busto perdido de D. Maria Francisca Benedita avultando a cabeça com seu chapéu de fitas, coberto por um véu, visto de frente, olhando para o observador, representando-a como pessoa de idade avançada. Na parte inferior, dedicatória: "A Serenissima Senhora Princeza do Brasil, / D. MARIA FRANCISCA BENEDICTA; / DE SAUDOSA MEMORIA. / Tendo de idade 83 annos e 25 dias. / Feito de recordação por J. Rafael, 1.º Pintor da C. e C; no terceiro dia depois da fatal perda do vivo Original: / Agosto 1829." Moldura dourada lisa com passe-partout cor-de-salmão.
  • Origem/Historial: Segundo o Cadastro dos Bens do Domínio Público do Palácio de Queluz, esta litografia foi "encontrada dentro de um quarto que foi beneficiado". D. Maria Francisca Benedita, a mais nova das cinco filhas de D. José I e de D. Mariana Vitória, nasceu em Lisboa a 18 de Agosto de 1746, e morreu a 18 de Agosto de 1829, no Palácio da Ajuda, de idade avançada. Bastante culta, possuía grande inclinação para a pintura e música, tendo como professores de pintura e desenho Domingos Conrado Rosa, Domingos António de Sequeira e Joaquim Carneiro da Silva. Dela se conhecem algumas obras, um Coração de Jesus em Chamas, uma Nosa Senhora da Conceição e um retábulo existente na Basílica da Estrela, pintado com a irmã Infanta D. Maria Ana. Em 1777 casa com o sobrinho, o Príncipe D. José, de quem era 15 anos mais velha e a quem sobrevive, pois este morre em 1788 vítima de varíola, com apenas 27 anos. A partir de 1788, a "Princesa Viúva", como era conhecida, vive recolhida na corte, tornando-se numa figura por todos respeitada. A ela se deve a fundação do Asilo dos Inválidos Militares de Runa (construído de 1792 a 1827) em memória do marido. Joaquim Rafael (1783-1868) - Discípulo de Vieira Portuense, sucede-lhe na direcção do seu atelier a partir de 1804. Em 1825 obtém o título de "1.º Pintor da Corte e Câmara" ficando a dirigir as obras de Pintura da Ajuda, onde em 1829 funda a Academia de Belas Artes de Lisboa, aquando da sua abertura em 1836, permanecendo neste ponto até 1856, ano em que abandona o seu trabalho devido a um ataque de paralisia. O seu tema favorito foi sem dúvida o retrato, embora também tivesse executado pintura histórica e religiosa mas sem grande êxito. O desenho original que serviu de base a esta litografia encontra-se no Museu Nacional de Arte Antiga (Inv. n.º 108). Maurício José Sendim - Nasceu em Lisboa em 1786, tendo iniciado a sua carreira como aluno e ajudante de Domingos António Sequeira. Por volta de 1820 começou a leccionar, primeiro no ensino particular e mais tarde na Casa Pia. Como litógrafo, ilustrou além de quadros históricos, vários retratos da Família Real e também alguns religiosos. Em 1834 faz parte da Comissão para a instalação dos Conventos entintos, colabora no Jornal de Belas Artes e publica vários opúsculos sobre o ensino do Desenho. Morre em Lisboa em 1870. Esta litografia vem pela primeira vez referenciada no Inventário do Palácio de Queluz de 1851 (fl. 19), figurando no "Gabinete d'El-Rei".
  • Incorporação: Desconhecido. Nº de ordem 550/1941. Valor da avaliação: 200$00.

Bibliografia

  • SOARES, Ernesto; LIMA, Henrique C. Ferreira - Dicionário da Iconografia Portuguesa. Lisboa: Instituto para a Alta Cultura, 5 volumes, 1947 a 1960

Multimédia

  • 5816.jpg

    Imagem
  • 2040.JPG

    Imagem