Descrição: Estampa rectangular, retratando o desembarque de D. Miguel e suas irmãs junto ao cais de Belém no bergantim real.
O desembarque é feito no meio de uma grande multidão que vitoria entusiasticamente o Infante D. Miguel, atirando chapéus e barretes ao ar.
Ao fundo, à direita, ergue-se a Torre de Belém e mais atrás, o Farol do Bugio. No lado contrário, observa-se uma caravela dando salvas e a margem Sul do Tejo.
No céu, uma figura alada espalha rosas.
Origem/Historial: Colecção da Casa Real.
Na "Relação dos Móveis e objectos salvados do incêndio que destruiu o Palácio Nacional de Queluz em a noite de 4 para 5 de Outubro de 1934" tem o N.º 208.
Esta gravura vem pela primeira vez referenciada no Inventário do Palácio de 1851 (fl. 19), figurando no "Gabinete d'El-Rey".
No Inventário de 1874 (ANTT/AHMF – I – I – 50, c. 1874 / Não datado) tem o número 1091 e encontrava-se numa arrecadação "1 quadro representando o dezembarque do Sr. D. Miguel, tendo uma moldura dourada, com 0,55m d`altura e 0,68m de largura avaliado em ".
D. Miguel
Sétimo filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu em Queluz a 26 de Outubro de 1802, tendo acompanhado o resto da Família Real ao Brasil em 1807.
De volta a Portugal em 1821, onde entretanto eclodira a Revolução Liberal de 1820, torna-se, juntamente com a rainha sua mãe, líder das ideias absolutistas.
Após a revolta da Abrilada, em 1824, D. João VI exila-o para Viena de Áustria onde permanece de 1824 a 1828. É rei de Portugal de 1828 a 1834 ano em que se vê definitivamente deportado do país devido à facção liberal, chefiada pelo irmão mais velho D. Pedro IV, que põe termo ao sangrento período das lutas liberais. Em 1851, D. Miguel casa na Alemanha com a Princesa Adelaide Sofia de Lowenstein-Werthein-Rochefort de quem teve sete filhos. Morre em Bombach em 1866.
Maurício José Sendim
Nasceu em Lisboa em 1786, tendo iniciado a sua carreira como aluno e ajudante de Domingos António Sequeira. Por volta de 1820 começou a leccionar, primeiro no ensino particular e mais tarde na Casa Pia.
Como litógrafo, ilustrou além de quadros históricos, vários retratos da Família Real e também alguns religiosos. Em 1834 faz parte da Comissão para a instalação dos Conventos entintos, colabora no Jornal de Belas Artes e publica vários opúsculos sobre o ensino do Desenho.
Morre em Lisboa em 1870.
Incorporação: Coleção da Casa Real (fundo antigo).
Nº 208 do Inventário dos Salvados (1934);
Nº de ordem 249 do Cadastro dos Bens do Domínio Público de 1939;
Nº de ordem 541 do Cadastro dos Bens do Domínio Público de 1941 (valor da avaliação: 100$00).
Bibliografia
CAT. - D. Pedro d' Alcântara de Bragança, 1798-1834, Imperador do Brazil, Rei de Portugal, Paço Imperial, Rio de Janeiro (Abril 1987): 1987
SOARES, Ernesto; LIMA, Henrique C. Ferreira - Dicionário da Iconografia Portuguesa. Lisboa: Instituto para a Alta Cultura, 5 volumes, 1947 a 1960
Exposições
Exposição de Documentos e Obras de Arte relativoa à História de Lisboa