Cadeira
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Museu: Palácio Nacional da Pena
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Nº de Inventário: PNP788/5
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Mobiliário
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Autor:
Autor não identificado
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Datação: Século 19
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Técnica: Torneado; Vazado; Entalhado; Estofado; Forrado; Franjado
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Dimensões (cm): Alt. 139,2 x Larg. 69,2 x Prof. 53
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Descrição: Cadeirão com assento e braços estofados, com espaldar alto e vazado. Este caracteriza-se pela abundância de elementos torneados em espiral, como os bilros, colocados verticalmente nos dois sentidos. Destaca se também pela decoração entalhada e densa, de estrias, espinhados e enrolamentos vazados, criando jogos de claro-escuro e ilusão de movimento contínuo, acentuado pelo torneado das colunas e pernas. Trata-se de uma peça datada do século XIX que retoma o gosto do século XVII.
Esta peça apresenta um espaldar alto com tabela horizontal, decorada com trabalho em espinhado e encordoado, e cachaço com enrolamentos vazados superior e inferiormente, ao qual estão acoplados bilros que se dispõe verticalmente nos dois sentidos. Desta tabela surgem duas colunas centrais de esferas e discos que unem a primeira com a trave inferior do espaldar, também espinhada e composta por três torneados de bilros dispostos verticalmente. A tabela é ladeada por dois montantes compostos de torneados mistos, com toro liso, paralelepipédico, encimado por um pináculo composto por discos e bolachas. Os braços apresentam-se estofados a veludo vermelho, ornamentado por galões franjados, fixos por pregos de metal, sendo que o suporte de braços apresenta também trabalho torneado. O assento é trapezoidal e está também completamente estofado a veludo vermelho. Da cintura pendem igualmente galões franjados fixos com pregaria de metal. As pernas apresentam mais uma vez o trabalho torneado de discos e esferas, terminando em pé de esfera encimado por um cubo de intersecção, que serve de elemento de união entre o travejamento e os pés da cadeira. Quatro travessas apresentam um trabalho torneado marcado por um disco ao centro de cada uma.
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Origem/Historial: Esta peça encontrava-se já no palácio no tempo de D. Fernando II, como dá conta o "Inventario de objectos existentes no Real Palacio da Pena" de 1860: f.7 - "3 cadeiras de pau santo torneado com braços e estofadas d'encarnado" (existem 2), [Arquivo PDVV]. O conjunto de cadeiras é posteriormente transferido para o quarto da rainha D. Amélia. Em Maio de 2014 voltam novamente para a Sala de Visitas onde se encontram em exposição.
A cadeira foi restaurada em 2003, restauro no qual foram substituídos os galões e as franjas. Em intervenções anteriores terão sido executadas algumas peças torneadas em outras madeiras que não o pau-santo.
Esta peça, assim como outras 5 cadeiras do conjunto e um canapé, estão identificadas no Inventário Orfanológico de bens de D. Fernando II, com a verba nº6190: "Uma marquesa (PNP790) de pau santo com costádos de colunna torcida fragmentos de camas, estufada de veludo carmezim, com tres almofadas; duas cadeiras de espaldar de braços (PNP788/4; PNP788/5), sendo as costas de colunnas em madeira torcida, pés torneados forrados de veludo carmezim; seis cadeiras eguaes sem braços (PNP788/1; PNP788/2; PNP788/3; PNP788/6), tudo feito de fragmentos de camas, marcados com o numero seiscentos noventa sette. Avaliado tudo na quantia de oitenta mil reis". (Móveis do Palácio da Pena em Cintra - Mobiliários que já existiam no dia 10 de Junho de 1869). [ANTT, Inventário Ofanológico de D. Fernando II]
Através de uma fotografia de Carlos Relvas (conjunto fotográfico de 1867-75) vemos algumas das peças deste conjunto, exposto na sala de visitas (ou sala árabe) onde hoje ainda se encontram.
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Incorporação: Coleções Reais, Palácio da Pena, 1910
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Centro de Fabrico: Portugal
Bibliografia
- MALLALIEU, Huon – História Ilustrada das Antiguidades. Nobel, Lisboa, 1999.
- PROENÇA, José António – Mobiliário da Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves. Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Lisboa, 2002.
- PROENÇA, José António – Mobiliário da Casa Museu Condes de Castro Guimarães. Câmara Municipal de Cascais, Lisboa, 2009.
- PAIS et al – Guia Museu: Museu-escola de Artes Decorativas Portuguesas. Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, Lisboa, 2001.