Algibeira
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Museu: Museu Nacional de Etnologia
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Nº de Inventário: AZ.057
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Super Categoria:
Etnologia
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Categoria: Traje
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Autor:
Autor desconhecido
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Datação: Século 19/20
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Dimensões (cm): Alt. 27 x Larg. 16
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Descrição: Algibeira com o formato de um rectângulo de vértices inferiores arredondados. A parte da frente é em tecido de lã de cor preta. A parte de trás é forrada no mesmo tecido e, na extremidade inferior, a sarja de algodão da mesma cor.
Todas as orlas da algibeira são debruadas por uma fita de lã de cor azul. Nos vértices superiores está aplicada uma fita semelhante, que se estende caindo livremente.
Ao centro, surge a boca arqueada de um bolso interior. A sua orla é também debruada com uma fita de lã de cor azul. Interiormente, o bolso é forrado a chita de algodão de tom amarelado, estampada com motivos florais de cor roxa, branca e rosa.
À frente, a algibeira apresenta bordados executados a fio de lã de cor verde, vermelha, azul, amarela, branca, rosa, laranja e roxo. Acima da boca do bolso, os bordados formam a inicial "D"; abaixo, formam um grande motivo foral.
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Origem/Historial: Em 1947 Jorge Dias é convidado para coordenar o sector de Etnografia do Centro de Estudos de Etnologia Peninsular (CEEP), chamando de imediato um conjunto de investigadores da sua confiança para com ele trabalhar nesse Centro - Margot Dias, Fernando Galhano, Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira. Estes investigadores estariam também na origem e desenvolvimento, alguns anos mais tarde, do projecto do Museu de Etnologia.
Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) foi integrado formalmente em 1953 nos quadros do CEEP. Em 1965, Ernesto Veiga de Oliveira é nomeado subdirector do Museu de Etnologia do Ultramar, assim como do Centro de Estudos de Antropologia Cultural. Com a morte de Jorge Dias (1973), assume a direcção desses dois organismos até à sua aposentação em 1980.
Benjamim Enes Pereira, natural de Montedor, Viana do Castelo, decidiu deixar de cultivar a terra aos 26 anos. O seu encontro com Ernesto Veiga de Oliveira foi fruto do acaso, quando soube de alguém que procurava informações sobre os moinhos da região. Em 1959, foi formalmente integrado nos quadros do CEEP e, em 1963, fica também ligado ao Centro de Estudos de Antropologia Cultural (CEAC). Participou activamente no trabalho dos dois centros: recolha, escrita de artigos, registo fotográfico e de vídeo. Uma das suas obras mais conhecidas é a "Bibliografia Analítica da Etnografia Portuguesa", de 1965. Continua a dedicar-se a projectos de cariz museológico e etnográfico.
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Bibliografia
- AZINHAL, Abelho - "Roteiro Lírico do Alentejo. O Trajo Feminino" in Mensário da casa do Povo, VI, N.º61: 1951
- LAMAS, Maria - As mulheres do meu país. Lisboa: Actuális, 1948
- VASCONCELLOS, José Leite de - Etnografia Portuguesa, vol. VI. Lisboa: I. N. - Casa da Moeda, 1983
- ABELHO, Azinhal - "O trajar - o trajo feminino" in Mensário das Casas do Povo. VI, nº61, 1951.
- PESSANHA, Sebastião - Os Trajes Populares e os Estudos de Etnografia. Comunicação a ser enviada ao 1er Congrés Internacional D'Histoire du Costume, reunido em Veneza em Agosto-Setembro de 1952. Lisboa, 1956.
- ROQUE, Joaquim - Alentejo Cem por Cento. Beja, 1940.
- ROSA, João - Alentejo à janela do passado. Lisboa, 1940.
- VASCONCELLOS, José Leite de - "Trajos alentejanos" in Boletim de Etnografia, n.º 2. Lisboa: Imprensa Nacional, 1923
- VASCONCELOS, José Leite de - Terra em Terra, 2. Lisboa, 1927.