Painel de azulejos

  • Museu: Museu Nacional do Azulejo
  • Nº de Inventário: MNAz 8905 Az
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Cerâmica
  • Autor: Desconhecido
  • Datação: Século 18
  • Técnica: Faiança
  • Dimensões (cm): Alt. 107 . x Larg. 107 . x Esp. 1,3 .
  • Descrição: Silhar de azulejos de padrão 4x4, em faiança monocromática, a azuis sobre brancio, imitando tecido damasco, enquadrado superiomente por barra e inferiormente por cercadura. O padrão é composto pela alternância de 2 registos lineares. Cada registo linear tem 1 tipo de elemento, alternando um florão e um ramo de flores. Os elemementos estão sobre um fundo constituído por um riscado horizontal. O desenho da barra é constituído por uma sanefa, que se carateriza pela repetição de 1 motivo com borla ao centro de cada azulejo. A cercadura inferior realiza um desenho que sugere um remate do tecido adamascado, ondulado, caído sobre fundo azul. A sua utilização pode encontrar-se em todos os locais, desde as áreas principais dos edifícios, aos espaços secundários (corredores, cozinhas, escadas, claustros e átrios). Este padrão manufaturado em Coimbra, denominado “Joanino”, é invulgar no contexto nacional de simulação de têxteis. A sua inspiração sugere um veludo lavrado com motivos vegetalistas e florais, organizando-se a partir de um ramo de três flores, numa reserva recortada, simulando veludo ou um têxtil de aparato. O silhar assenta diretamente no pavimento não recorrendo ao rodapé como suporte. Ainda que, aparentemente, se trate de um padrão, deverá ser encarado mais como uma composição ornamental, pois cada um dos seus elementos possui código de colocação. No remate superior uma sanefa de lambrequins de onde pendem borlas. No remate inferior do conjunto simula-se o efeito de um tecido preso a intervalos regulares por flores, simulando o que hoje denominamos, em termos de cenografia teatral, de cortinas austríacas que dissimulam o que está para além do tecido. O único exemplo conhecido com estes motivos in situ é no claustro superior do colégio de Nossa Senhora do Carmo, em Coimbra.
  • Origem/Historial: Azulejos de padrão são aqueles que, quando agrupados em número variável, formam uma composição que se pode repetir até ao limite do espaço arquitetónico a preencher. Estas composições constituem uma unidade formal e estética, empregando, na maioria dos casos, um acabamento com frisos, cercaduras ou barras. O gosto pelos revestimentos artísticos foi um legado de épocas históricas em que a aplicação de armações têxteis era uma opção ornamental. O padrão aqui apresentado demonstra o retorno à produção em série dos azulejos de padrão, pratica muito comum no século XVII, iniciado num período de grande utilização destes motivos em edifícios civis e religiosos. No século XVIII estas composições tendem a ser normalmente empregues em silhares, ao contrário do que acontecia no século XVII, quando se aplicavam como revestimentos parietais que podiam ser integrais.
  • Incorporação: Desconhecido (Fundo Antigo)
  • Centro de Fabrico: Coimbra

Bibliografia

  • O encanto na hora da descoberta | A Azulejaria de Coimbra no século XVIII, MNAz , 2017

Exposições

  • O encanto na hora da descoberta. a azulejaria de Coimbra no século XVIII

    • Museu Nacional do Azulejo
    • 6/5/2017 a 13/8/2017
    • Exposição Física

Multimédia

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