Meia de senhora (par)

  • Museu: Museu dos Biscainhos
  • Nº de Inventário: 2661 (a, b) MB
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Traje
  • Autor: Autor desconhecido (Fabricante de meias)
  • Dimensões (cm): Comp. comprimento do pé c. 21 x Alt. perna, c. 70
  • Descrição: Par de meias altas de senhora de confecção fabril em tecido de malha de fio de seda na cor azul acinzentado (?). Cada elemento é estruturado através do desenvolvimento vertical da malha com costura na parte posterior desde a área correspondente à coxa, através do cano da perna passando pelo calcanhar, - sendo o recorte deste reforçado por duas curtas ligações laterais -, atravessando o centro da base do pé até à biqueira em que se localiza uma costura final e horizontalizada. Na parte superior, insere-se uma bainha de remate, que, simultaneamente, permite um reforço têxtil para a fixação das meias às pernas. Os exemplares em foco foram concretizados com uma guarnição que se estende verticalmente e, na parte anterior de cada peça a partir da metade inferior da perna e avançando para a parte correspondente do peito do pé. A decoração consiste numa sequência de quatro flores de seis pétalas elaboradas em renda de bilros a fio de linho branco, cada motivo encontrando-se envolto por doze pequenos traços verticais bordados a fio de seda frouxo de cor branca e que organizam um formato losangular. Os espécimens em análise encontram-se unidos pelo calcanhar através de ponto de costura a linha de algodão verde, atestando que os mesmos não foram usados. As meias inserem-se numa tipologia estética que foi moda entre as classes abastadas portuguesas/europeias no decurso do século XIX, mas que, como muito outros elementos culturais transmigrou posteriormente para o vestuário popular. A historiadora Teresa Soeiro refere que em Portugal, a elaboração industrial de meias foi vulgarizada desde o século XVIII, a fim de corresponder às exigências do traje masculino e feminino da época, existindo fábricas em Alcobaça, Almada, em Tomar, no Porto e, laborando mais de duas dezenas, em Lisboa, nomeadamente, a Real Fábrica de Sedas. O investigador Jorge Borges de Macedo divulgou que se realizavam meias em seda, linho, algodão e lã. A fim de proteger a produção nacional foram promulgados alvarás reais, uns criando isenções, outros proibindo a entrada de meias de seda de cores.
  • Origem/Historial:
  • Incorporação: Aquisição pela Assembleia Distrital de Braga.

Bibliografia

  • MACEDO, Jorge Borges de. - "A situação económica no tempo de Pombal". Lisboa. 3ª edição, 1989.
  • SOEIRO, Teresa. - " As fábricas de tecido do estreito no Porto, segundo o inquérito de 1814". In «Portugália», Nova Série, Volume XXV.
  • SILVA, Madalena Cagigal e – “Fundo Antigo (Selecção)”. In “Ensaios nº7”, Museu Nacional dos Coches, Lisboa, 1976.

Multimédia

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