Napoleão ferido diante de Ratisbona

  • Museu: Palácio Nacional da Ajuda
  • Nº de Inventário: 3931
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Pintura
  • Autor: Autor desconhecido
  • Datação: Século 19
  • Suporte: Tela
  • Dimensões (cm): Alt. 97 x Larg. 146
  • Descrição: Pintura a óleo sobre tela, representando Napoleão I, ligeiramente ferido num campo de batalha, rodeado de muitos cavaleiros, vendo-se, ao fundo, Ratisbona. A composição desenvolve-se num crescendo, com figuras que, do lado esquerdo, se encontram de pernas flectidas, paralelas, auxiliando Napoleão que, ao centro, recebe uma ligadura no pé direito. Com a perna esquerda flectida, repete o movimento corporal dos elementos alinhados da esquerda para a direita. Napoleão e o cavalo harmonizam-se através das cores - o branco, o vermelho e o preto, e são os elementos mais iluminados de toda a obra. Os volumes dos corpos são acentuados com o contraste que a iluminação incidente no lado esquerdo provoca. As arquitecturas de Ratisbona, cinzentas, confundem-se, ao centro, com as nuvens e o fumo que mancham o céu azul.
  • Origem/Historial: No Arrolamento Judicial, diz-se que a obra está assinada "Ganin". Na antiga ficha de inventário, propõe-se "Godin" e menciona-se a opinião de Max Rutherston, da Sotheby's, que sugere Théodore Gudin (1802-1880). Este último pintor era sobretudo um paisagista e marinhista, assinando normalmente HG (com o G parcialmente sobreposto ao H). Por outro lado, parece possível ler "Gauth...", o início do apelido Gautherot. Não surpreenderia esta hipótese, se se levar em linha de conta que Claude Gautherot (1796-1825) executou uma pintura idêntica - estudo para a composição homónima (originalmente encomendada para a Galeria de Diana, em Versailles, mas que figura na Galeria das Batalhas), e que, no verso, contém a inscrição: "Première étude de GAUTHEROT pour le tableau «Napoléon blessé au pied devant Ratisbonne est pensé par son chirurgien Yvan (23 Avril 1809)», qui figure dans la Galerie des Batailles à Versailles". Estar-se-ia, assim, perante um segundo estudo para a referida composição. Por curiosidade, dir-se-á que a figura de turbante, que se vê por detrás do cavalo de Napoleão, representa Roustam Raza (ou Roustan), o "mameluco de Napoleão", integrado no corpo de cavalaria de mamelucos. Segundo as listas de partilha de bens de 1889, 1897 e 1899, elaboradas por morte de D. Luís, a obra estava então na Arrecadação do Piso Térreo, com o n.º 251 e avaliada em 18$000 réis. Já no início da década de 1910, encontrava-se na Galeria de Quadros, tendo sido inventariada sob a verba X''' 61. Mais tarde, foi colocada na Sala Império, hoje designada por Antiga Sala do Bilhar, depois no Antigo Gabinete de Trabalho do Rei e, finalmente, em Agosto de 2003, no Corredor Largo, onde se mantém.
  • Incorporação: Pertencia à colecção de pintura de D. Luís.

Bibliografia

  • APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol.14, 1912-1913
  • Itinerário Palácio Nacional da Ajuda, Isabel Silveira Godinho (Coord.); textos de Isabel Silveira Godinho, Graça Mendes Pinto, Francisco de Carvalho Louro, Lisboa, IPPC-PNA, 1988
  • ZAGALLO, Manuel C. de Almeida Cayolla - Palácio Nacional d'Ajuda. Roteiro. Lisboa: Direcção Geral da Fazenda Pública, 1961

Multimédia

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