Cão "Carlino"

  • Museu: Palácio Nacional da Ajuda
  • Nº de Inventário: 51036
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Cerâmica
  • Autor: Desconhecido
  • Datação: Século 18
  • Dimensões (cm): Comp. 13 x Alt. 15,2 x Larg. 0,87
  • Descrição: Cão "Carlino" em vulto perfeito, em porcelana policroma em azul, castanho, laranja sobre fundo branco, sentado sobre os quatros traseiros. Coleira de laçada com três guizos, a laranja e castanho. Focinho, cauda e orelhas a vinoso. Base ovalada a branco com duplo friso castanho-alaranjado e azul junto ao bordo.
  • Origem/Historial: De acordo com o Arrolamento, esta peça tinha uma etiqueta de D. Maria Pia na base, o que indica que terá sido atribuída à rainha em partilhas. A etiqueta já não existe. A presença da etiqueta de Arrolamento indica-nos que esta peça se encontrava à data deste na Arrecadação D. Luis. Menciona um «cão buldog de faiança branca com coleira azul», o que significa que já nessa altura esta peça e o par (que actualmente se encontra no Palácio Nacional da Mafra) estavam separados. Comentário: "O termo "carlino" viria do nome de cena de Carlo Bertinazzi (1710-1783), que usava uma máscara de cão. Na moda a partir de 1740, os carlinos de porcelana eram réplicas dos cães de apartamento, com as orelhas "manipuladas" cortadas com manípulo ou pinça, como resposta aos cânones da moda canina. Muito populares, simbolizavam os Mops, "carlino" em alemão, ordem maçónica na qual a fidelidade era a palavra de ordem e um latido a palavra-passe". Texto de Sophie Motsh in Animal, Paris: Les Arts Décoratifs, 2010. p. 98 (tradução Cristina Neiva Correia). "Mopse" era o nome da ordem maçónica feminina, na Saxónia, sendo a cabeça da ordem a mulher de Augusto "o Forte", Cristiana Everadina de Brandemburgo-Bayreuth. Terá servido de inspiração para uma figura feminina com um "pug" debaixo do braço, produzida em Meissen, representando a maçonaria. “CARLIN”: cão de origem chinesa, compacto e pequeno; o focinho é achatado e enrugado. A raça foi desenvolvida no Oriente, há cerca de 400 anos, e chegou à Europa através dos holandeses, onde teve enorme popularidade. A raça foi, posteriormente, apurada em Inglaterra, onde são conhecidos com o nome de “Pug”, ainda hoje usado. ALDERTON, David, Dogs, The visual guide to over 300 dog breeds from around the world, London, Dorling Kindersley, 1993, p. 53. Frequentemente estas estatuetas eram produzidas aos pares, para decoração de mesas ou de espaços sociais, formando um conjunto em espelho, dito "en pendant".
  • Incorporação: Casa Real
  • Centro de Fabrico: Alemanha, Berlim (?)

Bibliografia

  • APNA, Direcção Geral da Fazenda Pública, Arrolamento do Palácio Nacional da Ajuda, vol. 5, 1911
  • ALDERTON, David, Dogs, The visual guide to over 300 dog breeds from around the world, London, Dorling Kindersley, 1993

Multimédia

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