Vaca
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Museu: Museu Nacional do Azulejo
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Nº de Inventário: MNAz 162 Esc
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Escultura
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Autor:
Ferreira, António e Dionísio (atribuído) (Escultor de barro)
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Datação: 1700/1730
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Suporte: Barro cozido (terracota)
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Técnica: Modelação
Policromia a frio: pintura a têmpera ou técnica mista (óleo e ovo)
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Dimensões (cm): Comp. 14 x Alt. 10 x Larg. 5
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Descrição: Vaca acente numa base com vegetação. O animal encontra-se a pastar, com a cabeça baixa e as patas do lado esquerdo avançadas. Policroma - tons de castanho, ocre e verde.
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Origem/Historial: Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devem recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006;18/07/2006
O presépio (no qual se integra esta peça) provém do antigo Convento da Madre de Deus (hoje MNAz).
Foi colocado originalmente num espaço próprio conhecido por Sala do Presépio, contíguo à Capela de Santo António, no segundo piso do edifício do convento ou casa do antecoro.
Entre as possíveis circunstâncias em que se situou a encomenda do presépio poderá ter estado um programa de glorificação da Virgem, no qual se enquadra a recepção de dádivas vindas de Roma, em 1731, sob a forma de relíquias várias relacionadas com a Virgem, incluindo, por exemplo, uma tábua do presépio ou berço.
Entre os encomendantes prováveis são apontados D. João V e o padre José Pacheco, ou ainda D. Pedro II ou D. Catarina de Bragança.
A sua função inicial relacionava-se com a celebração da Natividade realizada em ambiente de clausura.
A função actual de objecto museológico decorreu da sua incorporação pelo Estado após o decreto de extinção das ordens religiosas que se prolongou neste caso, por se tratar de um convento feminino, até à morte da última freira, ocorrida em 1871.
Não se sabe exactamente quando terá sido desmontado, mas sabe-se que quando foi incorporado no acervo do MNAA (ou Museu Nacional de Belas Artes e Arqueologia até 1884) já estaria desmontado.
A primeira exposição museológica de algumas das suas peças isoladas do conjunto ocorreu em 1882 na Exposição de Arte Ornamental Portuguesa e Hespanhola (não foi o caso desta peça).
Existiu um projecto de montagem do presépio na sua casa original nos anos 80 (onde entretanto se instalou o MNAz), motivando o regresso do conjunto escultórico a esse local, em regime de depósito, mas este projecto não teve continuidade por falta de bases para uma correcta montagem das peças dispersas.
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Incorporação: Por despacho de 31/7/2009, do Director do Instituto dos Museus e da Conservação, foi autorizada a transferência a título definitivo para as colecções do MNAz, onde permanecia em depósito desde 1985, vinda do MNAA.
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Centro de Fabrico: Lisboa
Bibliografia
- ANDRADE, Sérgio de - "Presépios" in: Dicionário de Arte Barroca em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 1989
- Documentação do Convento da Madre de Deus, documentos avulsos, Biblioteca do Museu Nacional de Arte Antiga
- Memórias do que ouve na Madre de Deus, iniciado em 1639, Biblioteca Nacional de Lisboa, F. 2368
- PAIS, Alexandre Nobre - O Presépio da Madre de Deus. Lisboa: IPM, 2003
- PAIS, Alexandre Nobre - Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota, Dissertação de Mestrado em História de Arte Moderna apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa: texto policopiado, 1998
- PAIS, Alexandre Nobre - Presépios portugueses no século XVIII in: Portugal Brasil/ Brasil Portugal: Duas faces de uma realidade artística, Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Lisboa: s.n., 2000
- Papéis Antigos provenientes de Igrejas e Mosteiros (Madre de Deus, etc), Museu Nacional de Arte Antiga, Arquivo de Directores, Caixa 15, pasta 1
- TELLES, Liberato - O Mosteiro e a Igreja da Madre de Deus. Lisboa: Imprensa moderna, 1899