Calvário
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Museu: Museu Nacional Soares dos Reis
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Nº de Inventário: 370 Pin CMFC/ MNSR
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Pintura
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Autor:
Anónimo; (Pintor)
Atelier de Louis de Caulery (Cambrai c. 1580 - Antuérpia 1621) (Pintor)
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Datação: Século 17
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Suporte: Cobre
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Técnica: Óleo
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Dimensões (cm): Alt. 41,5 x Larg. 32,5
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Descrição: Cristo crucificado entre os dois ladrões. A Virgem Maria e São João Evangelista de pé ao lado do madeiro (à esq.ª) e Maria Madalena prostrada aos pés da cruz. Cristo agonizante, de cendal, com os braços e os pés cravados (sobrepostos), mostra fios de sangue a escorrer-lhe da coroa de espinhos, joelhos, pés e mãos. Aproximam-se da cena soldados em grande número, montados a cavalo, com armas e estandartes. A meio do primeiro plano, de frente para o observador, está uma mulher sentada com criança ao colo, de vestido azul e manto dourado; tem junto de si um menino mais velho voltado para o observador; desse lado esquerdo perfila-se uma mulher e um idoso de brancas brancas, enquanto do lado oposto se observa um grupo de homens sentados a comentar.
As cores de vermelho, verde e amarelo distinguem-se na frente. No fundo escuro do céu irrompe um clarão (quadrante superior esquerdo) assinalando a morte de Jesus.
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Origem/Historial: Obra pertencente à Casa Museu Fernando de Castro tendo origem no santuário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, como se deduz pela inscrição à pena e a tinta "Sta. Cruz" no reverso da placa e a semelhança com outro Calvário puncionado do mesmo atelier flamengo, documentado com aquela origem monástica no Museu Nacional de Soares dos Reis.
A Casa-Museu Fernando de Castro foi a residência de Fernando de Castro ( 1888-1946), negociante, poeta, caricaturista e coleccionador. Durante a sua vida reuniu um número significativo de peças e decorou a sua casa, com o objectivo de nela criar um museu. Tendo falecido sem ter concretizado essa intenção, sua irmã e única herdeira, Maria da Luz de Araújo e Castro, veio satisfazer este desejo através da doação feita por ela ao Estado do imóvel e recheio da actual Casa-Museu Fernando de Castro.
Pelo decreto-lei n.º 385/60, publicado no Diário de Governo, n.º 261 - 1ª série, de 15 de Dezembro de 1951, passou a Casa-Museu Fernando de Castro a ficar anexa ao Museu Nacional de Soares dos Reis que tomou conta da sua administração em 22 de Abril de 1952.
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Incorporação: Doação de Maria da Luz de Melo e Castro
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Bibliografia
- MADAHIL, A. Gomes da Rocha - Inventário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra à data da sua extinção. Coimbra: Gráfica de Coimbra, 1943
- SANTOS, Paula M. Mesquita Leite - "Colecções Monásticas de Pintura no Museu Soares dos Reis. Pintura sobre cobre e esmaltes do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra". O Tripeiro. Porto: Associação Comercial, 7.ª série, ano XVII, n.º 1 (jan. 1998), pp. 12-21; idem, n.º 3 (mar. 1998), pp. 81-89; idem, n.º 4 (ab. 1998), pp. 112-120.
- SANTOS, Paula M. Mesquita Leite - Marcas do Tempo. Pintura de mestres de Antuérpia nos Museus do Porto. Tese de Doutoramento em História de Arte, Universidade de Santiago de Compostela, 2011 (dir. Matías Diáz Padrón e Juan M. Monterroso Montero). http://hdl.handle.net/10347/3699
- TRIÃES, Paula Santos – “Castro, Fernando de”, in Dicionário Quem é quem na Museologia Portuguesa – ed. rev. e ampl. coord. Raquel H. Silva, Joana d’Oliva M., Emília Ferreira e Elisabete Pereira. IHAFCSH/ NOVA, 2022 https://institutodehistoriadaarte.com/wp-content/uploads/2022/05/Dic_QuemQuem_2ed.pdf