Refrescador (4) /Serviço de mesa

• Museu: Palácio Nacional da Ajuda
• Nº de Inventário: 66665
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Vidros
• Autor: Desconhecido (Vidreiro / Gravador)
• Datação: 1788/1816
• Técnica: Vidro soprado, moldado, lapidado e gravado.
• Dimensões (cm): Alt. 10,3 x Diâm. 10,5 (base), 14 (bordo)
• Descrição: Refrescador de copos, em cristal incolor moldado e lapidado, de forma cilíndrica. O bordo tem dois bicos opostos e reverso da base apresenta uma estrela lapidada. Decoração facetada intercalada no meio por 2 faixas lapidadas em losângos em pontas de diamante; ao centro, no bojo, um medalhão de forma elíptica que apresenta em gravação as iniciais "CJPB", encimadas pela coroa real com cinco hastes perladas, representação relativa a D. Carlota Joaquina Princesa do Brasil (1775-1830). Estas peças fizeram parte do designado "serviço do Ramalhão", pertencente à soberana e provenientes daquele paço em Sintra. Peças usadas para refrescar os copos de vinho branco em neve. Introduzia-se um copo invertido de cada lado do recipiente, encaixando os respetivos pés nos bicos. Objectos relacionados: Taça (Serviço Ramalhão), PNA Invº57390 Taça (Serviço Ramalhão), PNA Invº57391 Taça (Serviço Ramalhão), PNA Invº57392 Garrafa (9) (Serviço Ramalhão), PNA Invº57163 a 57167 Garrafa (9) (Serviço Ramalhão), PNA Invº57168 a 57171 Refrescador (3) (Serviço Ramalhão), PNA Invº 66666 a 66668
• Origem/Historial: Estas peças fizeram parte do designado "serviço do Ramalhão", utilizado pela Rainha D. Carlota Joaquina no seu paço sintrense. Ostentam as iniciais "CJPB", encimadas pela coroa real com cinco hastes perladas, representação relativa a D. Carlota Joaquina Princesa do Brasil (1788-1830). A soberana usou o título de Princesa do Brasil entre 1788 a 1816. Parte desse período, a corte portuguesa permaneceu em território brasileiro (1808-1821). Por essa razão e dada a tipologia (neoclássica) das peças é muito provável que o serviço tenha sido encomendado entre aquelas datas e posteriormente trazido pela corte em 1821, ano em que regressaram do Brasil. Após a chegada foi incorporado no recheio do paço do Ramalhão, local onde a rainha residiu entre 1822 e 1830 (o ano da sua morte). De acordo com o inventário dos bens do palácio do Ramalhão, de 1842, a peça faria parte de um conjunto de "trinta e um baldes de cristal para neve (aliás refrescadores)". (ANTT/CR, Cx 4663, "Relação da loiça e vidros que erão do Ramalhão e ficarão para serviço da Real Manthearia intregues ao Moço da mesma, o Sr. Amaro Francisco Parente, por ordem do Exmo Sr.D. Manoel de Portugal e Castro, cuja entrega teve em princípio em 21 de Julho de 1841 e fim em 11 de Maio de 1842"). Nota : D. Manoel de Portugal e Castro era procurador do Rei D. Fernando. Parte do serviço, em partilhas da herança do rei D. Luís em 1889, ficou, logo após a morte do soberano, na posse da rainha D. Maria Pia. No entanto os refrescadores já não constavam nessa lista, bem como no Arrolamento Judicial do palácio da Ajuda em 1911. Mais tarde, em 1915, parte do mesmo serviço foi enviada para o rei D. Manuel, já no exílio, conforme: "Bens enviados para D. Manuel, 21 de Outubro de 1915, Relação nº26, Arrolamento dos Paços, Volume 2, nºs 4973 a 5010" (APNA). Segundo John P. Smith : "Finger-bowl or wine glass rincer, Anglo/Irish"
• Incorporação: As peças foram adquiridas no leilão da Cabral Moncada leilões, em 22/09/2014, lote 89. Foram pagas pela DGPC (Direção Geral do Património Cultural).
• Centro de Fabrico: Anglo-Irlandês