Descrição: Bastão composto de haste de ferro com quatro braços arqueados. As pontas destes braços rematam por uma figuração de cabeça humana de bronze. Na extremidade superior da haste está aplicada a figura de um cavalo sobre uma base circular, igualmente, de bronze. Peça produzida em bronze fundido pelo processo da «cêra perdida».
Origem/Historial: «Símbolo de autoridade ou de poder, um tanto ligado a cerimónias de investidura de régulos, e de que estes eram portadores e transmitiam obrigatoriamente aos seus sucessores. Há-os conhecidos por "Sôno macho" (varão) e "Sonô fêmea", distinguindo-se pelo facto de estes mostrarem nos topos figuras antropomórficas ou outras (homens a cavalo, cabeças humanas, etc.), e aqueles apenas duas hastes assemelhando-se a formões em tamanho grande. (MEU - Povos e Culturas. Lisboa: JIU/ MEU, 1972)
«Trata-se de um elemento da cultura Soninké da fase pré-islâmica, trazido para a Guiné-Bissau aquando da vinda desses povos (séc. XIII/ XIV) e transmitido aos Beafadas e Pajadinca com os quais se misturam somática e culturalmente. O desaparecimento do Sônô - referido já em textos portugueses dos começos do século XVII - deve-se à islamização desses povos.» (ME - "Cultura e Tradição. Guiné-Bissau". Porto: Cooperativa Árvore/ ME, 1984)
Bibliografia
Museu de Etnologia do Ultramar - Povos e Culturas. Lisboa: JIU/MEU, 1972
Mudeu de Etnologia - Cultura e tradição. Porto: Cooperativa Árvore/ ME, 1984