Coluna (1:2)

• Museu: Palácio Nacional da Ajuda
• Nº de Inventário: 3965
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Cerâmica
• Autor: Autor desconhecido
• Datação: Século 19
• Técnica: Jasper ware
• Dimensões (cm): Alt. 195 x Larg. 56 x Prof. 5
• Descrição: Coluna composta pela sobreposição de nove elementos, sobre soco de bronze, sextavado, fixados no topo por anilha sextavada. Em porcelana verde-claro, não vidrada, decorada com baixos-relevos em camafeu (Jasper ware). O primeiro registo é formado por tronco piramidal de cantos cortados onde se adossam os apoios constituídos por patas de canídeo, rematadas superiormente por enrolamento; as faces trapezoidais são decoradas com cornucópias estilizadas sobre grandes volutas, enquadrando uma composição central de enrolamentos vegetalistas e florais, estilizados. Articula através de entablamento de perfis salientes, com pirâmide triangular de cantos cortados, decorados com friso vegetalista composto de folhas dispostas alternadamente ao longo de um ramo; faces decoradas com cenas mitológicas, em baixo-relevo, emolduradas por cartelas definidas por frisos relevados. Uma cena representa o matrimónio sagrado de Zeus e Hera, com o deus de frente, barbado, vestido com chiton e himation, torso desnudo, entronizado, segurando o ceptro, acompanhado da águia, tendo a seu lado Hera, a esposa por excelência (a única que se senta junto a Zeus no trono), de perfil, vestida com chiton, diadema na cabeça, acompanhada pelo pavão. A segunda cena representa Poseídon, o deus dos mares, barbado, tronco desnudo, himation sobre os ombros, esvoaçando ao vento, segura o tridente na mão direita, com a esquerda abraça a deusa; Anfitrite, a deusa do mar, sua esposa, nua, de cabelo apanhado; o casal é transportado sobre dois golfinhos ondulantes, seguidos por uma nereide, metade mulher, metade peixe, desnuda; cena de grande dinamismo. A terceira composição representa “o rapto de Perséfone por Hades”, barbado e de cabelo revolto, vestido com chiton e himation, torso desnudado, segura nos braços Perséfone, de cabelo entrançado, chiton descaído no lado esquerdo desvendado o seio, debatendo-se contra o raptor; olha para Deméter, sua mãe que persegue o carro onde fogem, figurada em segundo plano, de chiton e cabelo meio solto, levanta os braços tentando alcançar a filha; cena de grande dinamismo. Superiormente um elemento decorativo de ligação, saliente, constituído por três frisos: o primeiro com corações intercalados com godrões, ambos estilizados, sobre remate denticulado; o friso intermédio, estreito, constituído por bastonetes e pérolas; o friso superior, mais destacado, composto de godrões; sobre os vértices dos frisos inferior e superior, os elementos decorativos adaptam-se, morfologicamente, por elementos vegetalistas. A secção seguinte, sobre entablamento, apresenta-se rematada, nos cantos, por grandes volutas que lhe definem a morfologia, ladeando frisos vegetalistas estilizados; as faces maiores são decoradas com composição com uma grande palmeta ao centro, elementos vegetalistas e florais estilizados, rematados superiormente por folhas de palmeira cujo eixo se insere nas faces mais estreitas; o elemento seguinte, de secção circular, em duplo anel côncavo, mediados por friso duplo anelar, seguido de friso saliente de godrões, rematado superiormente por anel contracurvado, mais estreito no topo. Articula com o registo seguinte de forma cilíndrica, decorado com folhas de acanto, símbolo da virgindade humana, muito bem modeladas, adossadas em dois conjuntos triplos; o inferior dispõe-se em torno da base e o segundo sai do interior daquele, dispondo-se, as folhas, em alternância face às inferiores, sobressaindo em altura. As folhas terminam em enrolamento superior ao nível do elemento seguinte, constituído por base circular, sobre o qual assenta um cilindro central mais estreito, decorado com três “Eros” jovens, nus, em escultura de vulto, alados, segurando na mão direita, junto ao peito, uma taça e na esquerda um coração estilizado. O elemento seguinte, igualmente cilíndrico, está coberto por três folhas de acanto em justaposição. A larga copa, contracurvada e bordo destacado, suportada por elemento secção circular, constituído por duplo anel côncavo, mediados por friso duplo anelar.
• Origem/Historial: Este tipo de porcelana é da invenção de Josiah Wedgwood. Peça produzida no século XIX, segundo o gosto “à grega”, definido pelo nascimento do Neoclássico em França entre 1750-1775, entre arquitectos e escultores, estendendo-se posteriormente às Artes Decorativas, com enorme sucesso. Localização anterior: Visíveis na Galeria em frente da entrada principal do Palácio das Necessidades, fotografia de 1886 in TEIXEIRA, José, D. Fernando II - Rei Artista. Artista Rei, Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1986 Modelo apresentado na Exposição Universal de Londres, em 1851, de acordo com José Teixeira, D. Fernando II - Rei Artista. Artista Rei, Lisboa, Fundação da Casa de Bragança, 1986, p.242, rep. 307. Encontravam-se na Biblioteca (Edifício do Convento (Annexo ao Palacio) - Primeiro andar - Atelier de pintura de D. Carlos) do Palácio Nacional das Necessidades à data do arrrolamento, registadas com a observação “de valor artístico. Contem igualmente a informação: “Transferidos P.N. Ajuda V. de P. 831.741 de 18.12.939 e 12.1.940”. A data não está conforme à informação de Manuel A. Corte-Real que data a transferência para o Palácio da Ajuda em 5 de Junho de 1939, in CORTE-REAL, Manuel H., Palácio das Necessidades, Lisboa, Chaves Ferreira, Publicações, SA, 2000, Apêndice documental, p. 172. São visíveis em fotografia da época, num corredor abobadado que corresponderia à zona do convento onde D. Carlos instalou os seus aposentos, de acordo com a descrição do arrolamento: Edifício do Convento (Annexo ao Palácio) - Primeiro andar - Atelier de pintura de D. Carlos. Entre os anos de 1940 e 1960, terão decorado a Sala D. José I, conforme fotografia dos arquivos da Gulbenkian.
• Incorporação: Casa Real.
• Centro de Fabrico: Etrúria, Staffordshire