Dimensões (cm): Comp. 97 x Alt. 51,5 x Diâm. 21 (base)
Descrição: Escultura em madeira escura que representa de forma estilizada a cabeça de uma ave de bico comprido. Tem a forma dum crâneo alongado e prolongado por um longo bico delgado, munido dum pé cilíndrico que se ergue de uma base cilíndrica muito mais larga. O crâneo é vasado e possui 6 crista em alto relevo ao longo do comprimento. Está decorado com entalhes e pregos de latão. O bico tem decoração idêntica, e sobre ele está esculpida o que parece a parte dianteira da máscara. O crâneo termina atrás com um motivo em forma de cabeça. A base é também vasada e decorada com entalhes semelhantes.
Origem/Historial: «Usado nos ritos de iniciação. Perante e através dele ensinam aos iniciandos a linguagem a usar durante o período da reclusão no mato, e práticas da vida de adultos e outras. É guardado nas casas dos representantes de certas linhagens, como protetor dos seus parentes contra malefícios mágicos. Desempenha também um papel importante nos ritos agrários e nas cerimónias funerárias de pessoas importantes; neste último caso, dança sobre a cabeça de um homem, e pode ser visto por mulheres. Nos orifícios, quando das cerimónias de iniciação, metem chifres de gazela, que, ao final, são distribuídos pelos iniciados que os levam consigo e os guardam.» (Museu de Etnologia do Ultramar - Povos e Culturas. Lisboa: JIU/MEU, 1972)
«Usado nas cerimónias iniciáticas, figura nos altares domésticos dos representantes de certas linhagens, como protector destas contra malefícios mágicos. Intervêm ainda em ritos agrários e funerários e manifesta a palavra divina nos julgamentos.» (Oliveira, EV e Pereira, B. - Cultura e tradição. Porto: Cooperativa Árvore, 1984)
Conhecido na Guiné-Bissau pelo nome de "alma beafada" (ficha de inventário MNE: AF.046)
Bibliografia
OLIVEIRA, Ernesto Veiga de - Escultura africana em Portugal. Lisboa: JIU/MEU, 1985
Museu de Etnologia do Ultramar - Povos e Culturas. Lisboa: JIU/MEU, 1972