Painel de azulejos

  • Museu: Museu Nacional do Azulejo
  • Nº de Inventário: MNAz 9247 Az
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Cerâmica
  • Autor: Colaço, Jorge (Tânger, 1868 - Caxias, 1942)
  • Datação: Século 19/20
  • Técnica: Estampilha
  • Dimensões (cm): Alt. 108 x Larg. 61,6 x Esp. 1
  • Descrição: Painel de 7x4 azulejos de padrão 2x2, imitando motivos seiscentistas. Azulejos em faiança polícroma: azul, amarelo, castanho claro e azul sobre branco. Composição cujo padrão é formado por grandes círculos com moldura pontiada e tracejada tendo elementos florais e barra em cruz com flor ao centro, circunscritos no interior. Elementos florais nos cantos, estabelecem ligação.
  • Origem/Historial: Azulejos do espólio da extinta Fábrica de Louça Lusitania, Lisboa. Protocolo de doação da Caixa Geral de Depósitos, cuja sede se localiza nas antigas instalações da fábrica. A Fábrica foi fundada pelo francês Sylvan Bessière em 1890, perto do Matadouro em Picoas, dedicando-se ao fabrico de telha Marselha, tijolos, talhas para água, manilhas e vasos. Por volta de 1900, transferiu as instalações para o Campo Pequeno, ao lado do Palácio das Galveias, pelas seguintes razões: os terrenos eram ricos em barro, a propriedade confinava com a zona das chamadas avenidas novas, que estava em plena expansão urbana e sobretudo; segundo uma tradição oral Sylvan Bessière teve uma encomenda monumental de tijolos para a construção da praça de touros do Campo Pequeno.
    Gradualmente a fábrica Lusitânia foi crescendo em tamanho e sempre concentrada na produção de telhas e tijolos.
    Em 1919 Sylvan Bessière morre, a fábrica perde o carácter familiar e transforma-se na Companhia da Fábrica de Cerâmica Lusitânia. Em 1927 fazem-se grandes obras na fábrica e começa-se a erguer o edifício que foi demolido, segundo projecto do Eng. Luís Ernesto Roqueira. Neste prédio, passarão a funcionar a partir de 1929 os balcões de vendas, os escritórios da direcção, a contabilidade, salas de exposição de azulejos e finalmente na mansarda, o laboratório de química e engenharia, os ateliers de pintura industrial e pintura artística. O célebre artista cerâmico Jorge Colaço desenvolverá neste último piso o seu trabalho. A crise de 1929 não atrapalhou nada as finanças da empresa, bem pelo contrário, entrou numa fase de enorme expansão e comprou fábricas falidas por todo o país. Adquiriram a fábrica da estação velha em Coimbra, na qual investiram muito dinheiro, a célebre fábrica de Massarelos no Porto (em 1936, segundo o Itinerário de Faiança do Porto e de Gaia) ainda pólos fabris em Setúbal, Montijo e Vila Franca de Xira.
    A Fábrica da Lusitânia de Lisboa sempre se dedicou mais aos produtos para construção civil e azulejaria. Talvez se tenha dedicado mais à produção de louça doméstica quando comprou a fábrica da estação velha em Coimbra, cidade onde já haveria há muito tradição de fabricar o cantão popular. Talvez, nessa altura, os patrões da Lusitânia tivessem dado ordem para retomar o fabrico de um motivo decorativo, o cantão popular, que há se fazia em Coimbra. (No Itinerário da faiança portuguesa do Museu Nacional Soares dos Reis, p. 160 designam também o cantão popular por Cantão de Coimbra.)
  • Incorporação: Doação da caixa Geral de Depósitos em 1995; deram entrada em 2012.
  • Centro de Fabrico: Lisboa

Bibliografia

  • A Fábrica de Cerâmica Lusitânia - Apenas Livros Lda. e Isabel Cameira

Multimédia

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