Lança do Coche de Filipe II
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Museu: Museu Nacional dos Coches
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Nº de Inventário: AV 0064
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Super Categoria:
Arte
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Categoria: Meios de transporte
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Autor:
Autor desconhecido (-)
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Datação: 1590/1620
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Técnica: Madeira policromada, entalhada e dourada
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Descrição: No exterior, lança nº 33 (?).Acessório de viatura, varal de madeira, fixado na estrutura da viatura (tesouras) que faz a ligação/ encaixe (neste caso 2 encaixes perpendiculares) entre a viatura e a atrelagem dos animais, apenas na parelha do tronco (mais próxima da viatura).
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Origem/Historial: * Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006;18/07/2006 *
À semelhança de muitas outras viaturas pertencentes à Casa Real Portuguesa e que hoje constituem o acervo do M.N.C., também este exemplar de grande raridade se encontrava arrecadado nas Reais Cocheiras do Calvário, erigidas no reinado de D. João V e poupadas pelo terramoto de 1755 por se situarem fora de portas.
Pelas suas características arcaizantes e vetustez da construção, presume-se que este coche tenha sido deixado em Lisboa por Filipe III de Espanha (II de Portugal) em 1619, quando o monarca veio assistir ao juramento de seu filho como sucessor à coroa. De facto, sabe-se por fontes coevas que na cerimónia do desembarque no Terreiro do Paço figuraram inúmeros veículos deste tipo.
Em 1955, a Embaixada Portuguesa em Madrid elaborava uma proposta de permuta de obras de arte, a realizar entre Portugal e Espanha, com o objectivo de as reintegrar no património artístico nacional. Em causa estava o coche de Filipe II que, por se tratar de uma viatura de fabrico espanhol, poderia vir a ser trocado pelas tapeçarias de D. João III (vulgarmente ditas "das Esferas") e pela armadura de D. Sebastião. Contra esta alienação patrimonial insurgiu-se o então director do M.N.C., Augusto Cardoso Pinto, alegando ser absolutamente gratuita e fruto da mentalidade romântica do século XIX a atribuição de propriedade do referido carro a Filipe III de Espanha. Por outro lado, a sua eventual transferência para além-fronteiras privar-nos-ia de um raríssimo exemplar de valor histórico-documental,o único existente no nosso país e que tão bem ilustra o tipo de locomoção terrestre utilizado na época da Restauração.
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Incorporação: Administração da extinta Casa Real. Fundo antigo do Museu.
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