Auto-retrato de João Amaral

• Museu: Museu de Lamego
• Nº de Inventário: 2722
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Desenho
• Autor: Amaral, João (1874 - 1955) (Desenhador)
• Datação: 1906
• Suporte: Papel
• Técnica: Desenho a carvão
• Dimensões (cm): Alt. 40 x Larg. 29
• Descrição: Auto-retrato de João Amaral (Lamego, 1874, 4 de novembro - Lamego, 1955), aos 32 anos de idade. João Amaral é retratado em busto e a três quartos, virado para a direita, cabelo escuro, curto e ondulado, penteado para o lado e farto bigode. Veste casaco com bandas debruadas sobre colete, camisa às riscas e gravata. A expressão é confiante e afirmativa. João Amaral foi o organizador e primeiro diretor do Museu de Lamego, cargo que ocupou entre 1917 e 1955. Depois de concluir os estudos em Lamego, onde nasceu em 1874, vai para o Porto, onde frequenta a Academia Portuense de Belas Artes. Reconhecido o talento por mestres e colegas Academia, passa a colaborar regularmente como ilustrador em revistas e jornais - Galeria Portuguesa, Charivari, onde foi diretor artístico, em 1898, Raboleva (1905), Riso (1905), Careta (1909), Norte (1909), Século Cómico (1913) - e em diversas obras e artigos de revista de Vergílio Correia, Alfredo Guimarães e Alberto Sardoeira. O seu nome figurará, contudo, nos anais da história da caricatura, por ter sido o artista do “Enterro do Grau”, em Coimbra, no ano letivo de 1904-1905 e, nesse papel, um dos principais responsáveis pela transformação do Livro do Curso com fotografias por irreverentes caricaturas, iniciando uma tradição que ainda hoje perdura. É de sua autoria o álbum com mais de uma centena de caricaturas dos quartanistas da Universidade desse ano. De regresso a Lamego, onde o voltamos a encontrar em 1907, primeiro como professor de desenho e pintura no Colégio de Lamego e, anos depois também como diretor do Museu de Lamego e membro da Comissão Estética do Município de Lamego e do Conselho de Arte e Arqueologia, João Amaral dedica-se igualmente à investigação, compulsando centenas de artigos em diversos jornais, com que colabora ininterruptamente durante várias dezenas de anos, e a incursões pelo teatro e cenografia. Entre tantas ocupações, mantém-se infatigável na missão de fixar em caricatura uma imensa galeria de personagens reais ou fictícias, às quais empresta o seu enorme talento, sarcasmo e visão acutilante, com que brilhantemente sintetiza a sociedade de Lamego e a si mesmo. Grande parte dessas caricaturas e alguns retratos conservam-se hoje no Museu de Lamego, constituindo o principal núcleo da coleção de desenhos.
• Incorporação: Oferta da família do autor ( Agosto-Setembro, 1974 )