Técnica: Moldagem manual e decoração incisa e ponteada através de matriz rolante.
Dimensões (cm): Alt. 9 x Diâm. 32,2 x Esp. 0,9
Descrição: Taça campaniforme tipo Palmela. A peça encontra-se em bom estado de conservação, restaurada. A taça tem uma forma em calote semi-esférica com fundo convexo. O bordo é aplanado superiormente e introvertido em relação ao corpo da peça. Foi fabricado com uma pasta compacta e bem depurada, com elementos não plásticos de grão fino a finíssimo.
A decoração desenvolve-se sobre o bordo, típica das taças "tipo Palmela", composta por traços oblíquos incisos, cruzados por traços feitos a ponteado que se desenvolvem na direcção oposta formando pequenos losangos.
A restante decoração desenvolve-se numa faixa de 3,5 cm abaixo do bordo e que envolve toda a peça, sendo esta formada por duas linhas paralelas e horizontais feitas a ponteado, abaixo das quais se encontram seis linhas em ziguezague também a ponteado.
Origem/Historial: O Castro de Chibanes foi descoberto por A. J. Marques da Costa no ano de 1904, durante uma pequena prospecção que fez nos arredores da Serra do Louro, tendo descoberto alguns materiais de superfície. As intervenções arqueológicas foram por ele levadas a cabo no ano de 1905 e seguintes, trabalhos dos quais resultaram quatro artigos no Arqueólogo Português com a descrição da estratigrafia sumária e alguns materiais (em depósito no MNA).
Durante alguns anos o povoado esteve votado ao abandono até que, durante os anos noventa foi de novo intervencionado e integrado no estudo do "Povoamento e Arqueologia da paisagem durante a Pré- História recente e Proto- História no sector ocidental da Arrábida".
Com as informações recolhidas no início do século e durante as cinco campanhas já efectuadas concluiu-se que o Castro de Chibanes terá sido ocupado durante o Calcolítico e II e III Idades do Ferro e, posteriormente, na época Tardo- Romana.
O sítio ocupa cerca de 1 ha de uma rechã do relevo monoclinal da pré- Arrábida. O povoado domina assim, toda a planície aluvial do Tejo e Vale de Barris, um vale de grande fertilidade agrícola. As boas condições naturais de defesa foram reforçadas por um conjunto de muralhas e bastiões. Do Calcolítico são conhecidos dois panos de muralha, da Idade do Ferro é conhecida uma complexa fortificação com muralhas, torres e baluartes que correspondem a três épocas construtivas e a diferentes formas de organização do espaço intra-muros.
Incorporação: Desconhecido
Bibliografia
ALBREG, Nils - La civilisation énéolithique dans la Péninsule Ibérique, Uppala
BUBNER, M. A. Horta Pereira - "Cerâmica de importação na Estremadura portuguesa", in Ethnos, VIII. Lisboa: Inst. Port. de Arq. e História, 1979
FERREIRA, Octávio da Veiga - La Culture du Vase Campaniforme au Portugal, nº 12. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal, 1966
O Arqueólogo Português, vol.XI. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1906
O Arqueólogo Português, vol.XV. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1910
Exposições
Portugal - das Origens à Época Romana
Museu Nacional de Arqueologia
16/10/1989 a 21/12/1993
Exposição Física
Vaso Campaniforme. A Europa do 3.º milénio antes de Cristo