Descrição: Lâmina de foice ou faca, de forma subrectangular ligeiramente encurvada, em liga de bronze. Apresenta bom estado de conservação, tendo sofrido um restauro. Na face superior são visíveis três orifícios de análise.
Origem/Historial: O Castro de Chibanes foi descoberto por A. J. Marques da Costa no ano de 1904, durante uma pequena prospecção que fez nos arredores da Serra do Louro, tendo descoberto alguns materiais de superfície. As intervenções arqueológicas foram por ele levadas a cabo no ano de 1905 e seguintes, trabalhos dos quais resultaram quatro artigos no Arqueólogo Português com a descrição da estratigrafia sumária e alguns materiais (em depósito no MNA).
Durante alguns anos o povoado esteve votado ao abandono até que, durante os anos noventa foi de novo intervencionado e integrado no estudo do "Povoamento e Arqueologia da paisagem durante a Pré- História recente e Proto- História no sector ocidental da Arrábida".
Com as informações recolhidas no início do século e durante as cinco campanhas já efectuadas concluiu-se que o Castro de Chibanes terá sido ocupado durante o Calcolítico e II e III Idades do Ferro e, posteriormente, na época Tardo- Romana.
O sítio ocupa cerca de 1 ha de uma rechã do relevo monoclinal da pré- Arrábida. O povoado domina assim, toda a planície aluvial do Tejo e Vale de Barris, um vale de grande fertilidade agrícola. As boas condições naturais de defesa foram reforçadas por um conjunto de muralhas e bastiões. Do Calcolítico são conhecidos dois panos de muralha, da Idade do Ferro é conhecida uma complexa fortificação com muralhas, torres e baluartes que correspondem a três épocas construtivas e a diferentes formas de organização do espaço intra-muros.
Incorporação: Mandato legal.
Escavação do MNAE - Colecção Marques da Costa
Bibliografia
ALBREG, Nils - La civilisation énéolithique dans la Péninsule Ibérique, Uppala
BUBNER, M. A. Horta Pereira - "Cerâmica de importação na Estremadura portuguesa", in Ethnos, VIII. Lisboa: Inst. Port. de Arq. e História, 1979
FERREIRA, Octávio da Veiga - La Culture du Vase Campaniforme au Portugal, nº 12. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal, 1966
O Arqueólogo Português, vol.XI. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1906
O Arqueólogo Português, vol.XV. Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia, 1910