Ara funerária de Múmia Cupita

• Museu: Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo
• Nº de Inventário: ME 1702
• Super Categoria: Arqueologia
• Categoria: Epigrafia
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: Século 3
• Dimensões (cm): Alt. 123 x Larg. 63 x Esp. 32,5
• Descrição: Ara funerária em mármore cinzento (Ruivina de Rio de Moinhos) de base e capitel moldurados nas quatro faces. A inscrição (excepto fórmulas inicial e final) está dentro de uma fachada em relevo: frontão triangular sustentado por duas colunas com base moldurada e capitel estilizado; na parte central do frontão, coroa de onde seaem, lateralmente, em baixo, duas fitas que se alongam no sentido horizontal. Decoração lateral: do lado direito, duas vasilhas em relevo e ornamentos acessórios, uma delas parecendo uma harpa romana, com base, bojo e asas laterais em "S" ("cantharus", jarro ritual). Do lado esquerdo, um ramo de onde saem folhas ou botões e ao meio, voltada para baixo, uma pinha. O ramo termina, em cima, em flor redonda (de 8 pétalas, sensivelmente. Na metade superior, o ramo entra num espaço limitado lateralmente e em cima por grinaldas ("serta") de traçado ondulante. Desse espaço divergem 3 segmentos de recta que se transformam em 3 toros verticais paralelos. Sob eles, uma pátera com "umbo" e pé na vertical e para cima. Caracteres actuários e esguios. Relativo alinhamento à esquerda, apesar da grande irregularidade horizontal, patente em toda a epígrafe. A fórmula final foi colocada abaixo do nível das bases das colunas. Ao nível da linha 6 a pedra foi deteriorada, desaparecendo o 2º "M" de "mummia". Troca de caracteres no acto da gravação: linha7, troca de "filias" por "filiae". Dimensões: frontão, 27 x 13 cm; altura das colunas, 36,5; espaço entre as colunas, 29; decoração da esquerda, total 48, pátera 16,5 x 10; decoração da direita, altura aproximada 51, "cantharus" 15 x 11 (no bojo). Altura das letras: linhas 1 e 10 c. 5cm; linhas 2, 3, 4, 5, 6 e 7, c. 3,5cm; linha 8, 3,8 - 4,5 cm; linha 9, 3cm.
• Origem/Historial: IRCP 331 CIL 38 Foi encontrada antes de 1797, pois já vem desenhada na obra de Murphy (tradução portuguesa, 1998). Pertenceu à colecção de Frei Manuel do Cenáculo, vindo para Évora em 1868. Hubner (CIL, 1869) refere ter sido encontrada na Ig. de Stª Margarida do Sado, Encarnação (1984) rejeita esta proveniência: segundo ele, foi encontrada em Alfundão e daí foi para Stª Margarida (à semelhança do inv. nº 1810). Segundo Encarnação (1984), o monumento foi previamente preparado numa oficina, aguardando cliente. É possível que o capitel tivesse fóculo e toros, hoje nada resta na parte superior. A onomástica do texto leva a pensar que se trata de uma família de colonos que se implantaram na região (comerciantes?), manifestando vitalidade social e económica (Encarnação, 1984). A decoração sugere um ritualismo ligado ao culto da natureza.
• Incorporação: Biblioteca Pública de Évora