Ara funerária de Canídia Albina

• Museu: Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo
• Nº de Inventário: ME 1718
• Super Categoria: Arqueologia
• Categoria: Epigrafia
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: 201/285
• Dimensões (cm): Alt. 130 x Larg. 73 x Esp. 53
• Descrição: Ara em mármore róseo muito claro (tipo Estremoz/ Vila Viçosa), praticamente intacta (falta uma lasca no canto inferior direito e algumas escoriações nas arestas), trabalhada nas quatro faces. Sobre a cornija, um plinto sustenta dois toros ("atados" ao centro) com decoração longitudinal foliculada. Nos topos têm uma corola de seis ou doze pétalas. Na parte da frente, entre a folha de acanto central e os toros, tem dois outros topos de falsos toros com decoração helicoidal. Pontilhado (6 pontos no interior, 12 na periferia) nesses quatro topos (feito com o trépano), realçando os elementos. A parte posterior não tem decoração. Na cornija, de cima para baixo, tem uma faixa lisa saliente, uma fiada de folhas de acanto, um denticulado e uma fiada de pérolas. Do lado esquerdo, um jarro ricamente decorado: faixas verticais no colo, espirais na parte superior e gomos na inferior. Virado para a direita, asas em ângulo, tampa e bojo losangulóide (47 x 28cm). Do lado direito, pátera com umbo salinte e cabo para baixo (49,5 x 31cm). O campo epigráfico é rebaixado em relação à moldura do tipo de gola directa. A base apresenta duas molduras de gola reversa seguidas de toro. Foi aparelhada a gradim na parte inferior. Paginação segundo um eixo de simetria; pontuação triangular, nem sempre utilizada segundo as regras. Caracteres actuários quase monumentais, esguios. O texto ocupa oito linhas. Altura das letras: Linhas 1 a 6 e 8, 5cm; linha 7, 4,6cm.
• Origem/Historial: IRCP 381 CIL 111 Foi encontrada na muralha romana, junto à Igreja de S. Vicente. Segundo Barata (1903), foi levada para Valverde por ordem do Bispo D. Afonso, filho de D. Manuel. Voltou para Évora em 1902 por concessão do Arcebispo D. Augusto Eduardo Nunes ("O Manuelinho de Évora", 08/02/1902). Segundo Barata (1903) teria um busto (de Canídia). A sua exuberante e cuidada decoração conferem-lhe um lugar à parte no contexto da epigrafia funerária do Conventus, mostrando o elevado nível económico das famílias referidas (famílias senatoriais de origem lusitana, que deviam residir em villae dos arredores) (Encarnação, 1984).
• Incorporação: Biblioteca Pública de Évora