Machado plano

• Museu: Museu Nacional de Arqueologia
• Nº de Inventário: 983.999.15
• Super Categoria: Arqueologia
• Categoria: Instrumentos e utensílios
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Técnica: Molde
• Dimensões (cm): Comp. 7,6 x Larg. 3,8 x Esp. 0,6
• Descrição: Machado plano fabricado em liga de bronze. Mostra uma forma sub-rectangulat de perfil e secção também sub-rectangulares. Os bordos laterais são rectos e paralelos algo côncavos junto ao gume. Este é convexo e cortante. O machado encontra-se em bom estado de conservação. Apresenta uma pátina castanha esverdeada em toda a superfície. O gume apresenta sinais de uso e o talão está fracturado. Durante o Calcolítico ou Idade do Bronze Inicial e Médio, na região onde foi encontrado o artefacto, os machados apresentavam tipologia e composição semelhante à da peça em estudo. São machados em cobre que contém arsénio em quantidades vestigiais ou como elemento menor e, por vezes, algumas impurezas. No presente caso a análise apresenta teores de 0.9 % em As e foram encontradas impurezas de prata, 0.022% (Junghans, et al., 1968, 1974). É difícil concluir se nestes casos existiu ou não uma adição intencional uma vez que a concentração de As nos minérios de cobre é variável (entre 1% a 23%). Para além disso, durante as operações metalúrgicas e posterior arrefecimento da liga fundida, existem processos de segregação diferencial de As que podem conduzir à distribuição não homogénea deste elemento na liga (Sousa, A. C. et al., 2004) A adição de arsénio tem como principal vantagem o aumento da dureza e da resistência à corrosão. Devido à elevada percentagem de Cu na composição do artefacto conclui-se que a pátina formada é constituída por compostos deste elemento. Atendendo às características descritas podemos admitir que se tratem de óxidos de cobre (II), mais estáveis e de cor castanha escura, e os carbonatos de cobre, que se formam a partir dos anteriores.
• Origem/Historial: O Castro de Chibanes foi descoberto por A. J. Marques da Costa no ano de 1904, durante uma pequena prospecção que fez nos arredores da Serra do Louro, tendo descoberto alguns materiais de superfície. As intervenções arqueológicas foram por ele levadas a cabo no ano de 1905 e seguintes, trabalhos dos quais resultaram quatro artigos no Arqueólogo Português com a descrição da estratigrafia sumária e alguns materiais (em depósito no MNA). Durante os anos noventa foi de novo intervencionado e integrado no estudo do "Povoamento e Arqueologia da paisagem durante a Pré- História recente e Proto- História no sector ocidental da Arrábida". Com as informações recolhidas no início do século e durante as cinco campanhas já efectuadas concluiu-se que o Castro de Chibanes terá sido ocupado durante o Calcolítico e I e II Idades do Ferro e, posteriormente, na época Tardo-Romana. O sítio ocupa cerca de 1 ha de uma rechã do relevo monoclinal da pré- Arrábida. O povoado domina assim, toda a planície aluvial do Tejo e Vale de Barris, um vale de grande fertilidade agrícola. As boas condições naturais de defesa foram reforçadas por um conjunto de muralhas e bastiões. Do Calcolítico são conhecidos dois panos de muralha, da Idade do Ferro é conhecida uma complexa fortificação com muralhas, torres e baluartes que correspondem a três épocas construtivas e a diferentes formas de organização do espaço intra-muros.
• Incorporação: Desconhecido