Estatueta de alabastro de Nottingham
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Museu: Museu Nacional de Arqueologia
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Nº de Inventário: 16874
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Super Categoria:
Arte
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Autor:
Autor desconhecido (-)
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Datação: Século 15
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Dimensões (cm): Alt. 42 x Larg. 13 x Esp. 6
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Descrição: Estatueta de alabastro, de meio-vulto com as costas planas, representando S. João Evangelista, de pé e em posição frontal, assentando os pés sobre uma base estreita. Apresenta cabeça ovalada, assente em pescoço largo e curto, e é emoldurada por farta cabeleira anelada. O rosto arredondado e cheio, apresenta traços faciais bem definidos e delicados, embora não sejam expressivos. O corpo apresenta vestido e manto com pregas cuidadosamente ordenadas e profundamente escavadas. Esta volumetria dos panejamentos, que envolvem a figura e tendem a ocultar as formas anatómicas, acompanham o gosto e a moda da época. Na mão direita segura o livro do Evangelho, sobre o qual repousa a águia (simbolo zoomórfico que o identifica), e na outra mão segurava, inicialmente, a palma (símbolo do seu martírio), de que ainda resta um fragmento.
Entre as produções escultóricas em alabastro, de proveniência inglesa, destacam-se as placas e as imagens avulsas, destinadas aos altares das igrejas e capelas, ou para se integrarem em composições retabulares mais complexas.
Insere-se, juntamente com outros exemplares semelhantes nas temáticas, figurinos e relevos, num universo abrangente de obras realizadas expressamente para exportação, entre os finais do século XIV e primeira metade do século XVI. Tratava-se, portanto, de produção em larga escala, de carácter devocional, destinada à exportação. São oriundas de oficinas inglesas, sedeadas em várias cidades (perto dos centros extractores de alabastro - Strafford, Derby e York), sendo as mais conhecidas as da cidade de Nottingham, onde estão documentados um grande número de oficinas e trabalhadores. Infelizmente o tipo de escultura é bastante uniforme e, à falta de regionalismos, é dificil ou impossível identificar a proveniência da cidade exacta de uma peça. Documentalmente está referida a actividade de escultura em alabastro em Nottingham de 1367 a 1530, apesar do maior número de representações advir do último quartel do século XV.
Na Idade Média quase toda a Europa professava a mesma religião, logo uma peça de altar feita em Inglaterra podia ser exportada para qualquer parte. O documento mais antigo de exportação de alabastro inglês data de 1382.
Com a Reforma este tipo de arte sacra em alabastro desaparece.
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Origem/Historial: Desconhecido.
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Incorporação: Desconhecido
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Bibliografia
- CHEETAM, Francis - English Medieval Alabasters - with a catalogue of the collection in the Victoria and Albert Museum: Phaidon.Christie's.Oxford, 1984
- CHEETAM, Francis - Medieval English Alabaster Carvings in the castle museum-Nottingham. The city of Nottingham: The city of Nottingham Art Galleries and Museums Comittee, 1962