Virgem com o Menino

• Museu: Museu da Guarda
• Nº de Inventário: 974
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Escultura
• Autor: Autor desconhecido
• Datação: Século 19/20
• Suporte: Pedra calcária
• Dimensões (cm): Alt. 45,5 x Larg. 26
• Descrição: Escultura de pedra representando a Virgem Maria com o Menino, de corpo inteiro, sentada num trono em forma de banco, frontal e estática, tendo o Menino Jesus sentado no seu braço esquerdo. Mãos com os dedos colados, sem modelação. A Virgem surge coroada, traja túnica de cor vermelha, decote redondo, agrupada em pregas largas no tronco e sobre os joelhos de onde se solta, em pregueados largos e oblíquos, sobre as pernas deixando ver o pé direito. O Menino Jesus, escultura de vulto a ¾, traja túnica cintada comprida que deixa ver os pés. Apresenta-se com os cabelos cortados lisos. Segura o orbe entre as mãos. Escultura de vulto com as costas lisas.
• Origem/Historial: A imagem foi adquirida entre 1950 e 1960 pelo Museu Regional da Guarda. Ao tempo não se registou o historial da peça, pelo que não existem dados que possam esclarecer a sua proveniência. Esta insere-se num conjunto escultórico composto por mais duas peças, São Pedro (Inv: 975) e Santo António (Inv: 1744), todas provavelmente da mesma oficina popular. Segundo o estudo do Dr. Sérgio de Andrade, realizado em 1985, trata-se de um trabalho de expressão popular, inspirado em representações iconográficas e escultóricas do século XV. Por identificar está a oficina. Há espalhadas pelo país "zona centro, este" e no Museu da Arte Antiga, algumas peças deste mesmo tipo permanecendo sem identificação a(s) respectiva(s) oficina(s) e época. O estudo do Dr. Pedro Ferrão, de 2004, dá nos conta de que “Embora com sérias reservas, podemos estar em presença de três imagens devocionais saídas de uma mesma oficina popular, provavelmente feitas entre os séculos XIX - XX, cujo escultor se inspirou em modelos antigos. Daí o seu perfil arcaico e o aspecto de junção de diferentes elementos iconográficos. Essas características são notórias sobretudo ao nível da coroa da Virgem ou da forma como caem os seus panejamentos. A aparente rigidez do pregueado e dos traços anatómicos não se deve exclusivamente à menor capacidade técnica do artista, mas advém sobretudo de uma interpretação livre, da observação directa de várias imagens do século XV, que serviram de modelo para as suas imaginativas criações. (…) Seja como for, é inegável a beleza ingénua que emana das formas destas imagens populares e que decoram, com alguma frequência, altares de capelas e igrejas da zona centro de Portugal.” (1) Sustentando a ideia de que é pouco provável que a escultura não fosse originalmente policromada, e tendo presente que a identificação de pigmentos e aglutinantes utilizados (exame radiográfico efetuado em 1985, detalhes em “Conservação”), realizada à escultura São Pedro (N.º Inv.: 975) situam a policromia, numa época posterior à centúria de Setecentos, concluí-se estarmos perante um conjunto escultórico recente e inspirado em modelos antigos. _______________________________ (1) Roteiro do Museu da Guarda, Instituto Português de Museus / Museu da Guarda, 2004. pág. 71, 72 e 73;
• Incorporação: Pelo Museu Regional da Guarda
• Centro de Fabrico: Zona Centro, Este de Portugal