Teliz de arreio de montada de cavalaria com armas

• Museu: Museu Nacional dos Coches
• Nº de Inventário: A 0180
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Meios de transporte
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: Século 18
• Dimensões (cm): Comp. 190 x Alt. 136
• Descrição: Teliz rectangular em veludo de seda carmesim, constituído por três tiras cosidas entre si. É agaloado a ouro, bordado a prata, ouro, prata dourada e matiz e forrado a tecido de algodão vermelho. Contornam a peça um fino galão de ouro, parcialmente destacado do suporte, e uma cercadura estreita e contínua, em prata dourada, composta por motivos geométricos e fitomórficos estilizados. Inferiormente, tendo como ponto de arranque a cercadura referida, encontram-se frisos lisos de recorte ondulado, bordados a ponto deitado sobre cartão. Estes, entrecruzam-se com as bandas relevadas ao nível dos arcos, descrevendo uma oval que encerra ums outra de tamanho reduzido. Frisos e bandas estão ainda unidos por finas hastes contracurvadas que se lhes sobrepõem, e ambos servem de ligação entre os motivos vegetalistas que se repetem de forma cadenciada ao longo da cercadura. Os ângulos internos são marcados por um motivo isolado, apontado ao centro, e constituído a partir dos elementos da cercadura, agora organizados de modo diverso para formar florão. Nas abas do teliz, a cercadura estreita e as ovais adquirem um contorno losangular, unindo os arcos que, na extremidade superior, se interpenetram desenhando um círculo perfeito. Ao centro da peça, o brasão de armas descrito, com paquife, bordado a prata dourada, prata branca e matiz. Inferiormente, uma banda reticulada, à qual se une um semicírculo a cheio contendo flor-de-lis invertida, bordada a ponto deitado sobre cartão, do qual partem segmentos de circunferência que alternam com triângulos alongados. Todas as peças heráldicas constituem um bordado de aplicação sobre estopa. No reverso, cosidas ao forro, existem quatro argolas de ferro, localizadas nos cantos superiores e no topo das abas. Teliz é um atavio equestre que cobria a sela e a parte traseira do cavalo onde muitas vezes estavam bordadas as armas da casa real ou casas nobres. Continuam a usar-se nos cavalos na corrida de touros à antiga portuguesa, durante a fase das cortesias.
• Origem/Historial: O teliz tem sido atribuído à montada de D. António Rolim de Moura. Contudo, as armas representadas não são as da família Moura, que usava escudo de vermelho, com sete castelos de ouro, postos 1-2-1-2-1. Comparando o brasão do teliz com o descrito em manuais de heráldica, conclui-se que este pertencerá a uma das seguintes famílias: Mouta ou Torres. A primeira, usava escudo de vermelho, com cinco castelos de prata, postos em sautor, tendo por timbre o castelo do escudo. Embora o escudo não distinga esmaltes, as peças heráldicas que o carregam são torres e não castelos, pelo que corresponderão, certamente, às armas da segunda família indicada. Todavia, há que ressalvar as divergências a nível do timbre, cuja estrela de seis pontas de vermelho deveria carregar a torre, por cima da porta, com uma das pontas entre as frestas. No presente caso, tem sete pontas e encima a própria torre.
• Incorporação: João Nepomuceno Frazão Pinheiro.