Estafermo para torneio

• Museu: Museu Nacional dos Coches
• Nº de Inventário: A 3122
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Escultura
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: 1787
• Técnica: Madeira estofada; ferro forjado; couro entrançado.
• Dimensões (cm): Alt. 167 (figura) x Larg. 100 x Prof. 36
• Descrição: Escultura de vulto perfeito em tamanho natural, oca no interior e assente sobre pedestal em forma de pirâmide quadrangular truncada. A base divide-se em três registos: o primeiro alteado em três níveis e prolongado nos vértices por um pequeno corpo cúbico organizado em três níveis reentrantes e de tamanhos decrescentes; o segundo de faces convexas e arestas truncadas, tendo cada uma delas uma argola de ferro, suspensa e móvel; o terceiro registo, levemente mais largo, é rematado por cornija saliente e apresenta uma abertura circular na face superior, onde encaixa a figura antropomórfica. Todo o pedestal é pintado em tons de castanho, produzindo efeitos marmoreados. A figura assenta sobre uma plataforma circular pintada de preto, formando uma peça unitária com as botas de meio-cano. Traja à oriental, com calças largas e listadas, cingidas à cintura por faixa. As listas, alternadamente verdes e douradas, incluem conjuntos de três flores avermelhadas, as primeiras, e florões inscritos em losangos, as segundas. A cota, lobulada na parte inferior, é decorada com motivos "em escama", a dourado e negro, e por um mascarão relevado entre aletas. O traje inclui ainda um turbante e uma longa capa que desce do ombro direito até aos pés da figura. Para além do movimento e da compensação de volumes, a capa desempenmha ainda um papel determinante no próprio equilíbrio da escultura, constantemente sujeita a fortes pressões. Com o braço esquerdo segura um escudo oval, moldurado e reticulado e com a mão direita, erguida, empunha um longo chicote de couro entrançado. Na parte posterior da figura, existe uma porta articulada diluída nos contornos da escultura e que fecha por meio de ganchos metálicos em forma de garra.
• Origem/Historial: A escultura, pertencente aos Bens da Coroa, procede do antigo Picadeiro Real de Belém, cujo centro ocupava, servindo de poste para exercícios de equitação. O nome por que é vulgarmente conhecida provém do jogo de destreza em que esta figura era utilizada: a "Corrida ao Estafermo". O cavaleiro, armado de lança de botana, tinha de galopar em direcção à escultura, tocar com a lança no seu escudo, e logo fugir para não ser atingido pelo chicote. Atás do Estafermo encontrava-se um lacaio, cuja função consistia em repor a figura na posição original. A escultura serviu no Torneio de Beneficência realizado no Hipódromo de Belém em 1892, em que se confrontaram o "fio" verde e branco, chefiado pelo Infante D. Afonso, e o "fio" azul e laranja, liderado por D. António de Siqueira. Cerca de 1904, quando tiveram início os trabalhos de adaptação do Picadeiro em Museu, a escultura foi retirada do centro da quadra (actual Salão Nobre), passando a integrar o acervo do Museu dos Coches Reais.
• Incorporação: Administração da extinta Casa Real. Fundo Antigo do Museu