Carrinho de Passeio

• Museu: Museu Nacional dos Coches
• Nº de Inventário: V 0054
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Meios de transporte
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: 1780/1790
• Técnica: Madeira entalhada, policromada e dourada; ferro forjado e dourado
• Dimensões (cm): Comp. 355 x Alt. 153 x Larg. 150
• Descrição: Carrinho de passeio do tipo "cabriolet" de duas rodas, de caixa aberta de perfil semicircular, fechada no alçado dianteiro, por meio de um avental, painel de couro liso castanho, que lhe serve de portinhola abrindo sobre um eixo basculante. É montada sobre dois varais marginais e sustida por duas fortes correias longitudinais e paralelas que passam sob a caixa. Estas correias de suspensão ligam-se a dois "crics" localizados no alçado traseiro da viatura. Interior forrado a veludo verde, apresenta bolsa no interior do avental com abertura, fechada como um envelope, por tampa franjada e com borlas. Os varais são decorados na face externa com motivos fitomórficos excisos, formando friso contínuo. Do mesmo modo, nas pinas das rodas, cingidas no extradorso por espesso aro de ferro, a decoração confina-se à face externa, sendo constituída por acantos e entrelaços a ouro que não correspondem à sua altura total. As rodas são formadas por doze raios convergentes e lisos, contrariamente à massa, entalhada com um florão pouco relevado. O cuvo, circular, divide-se em três registos lavrados. Os estribos em ferro forjado e dourado, suspensos dos varais, têm soleira ovalada e lisa, com rebordo inferior vazado e recortado, o qual se liga a duas hastes contracurvadas, com duplo nó central entre folhagem. Os apainelados, de fundo dourado, são ornamentados com "grotescos" ao estilo classicista e têm, ao centro, escudo oval contendo as armas reais portuguesas coroadas, entre coroa de palmas e sob baldaquino vermelho e grinaldas. A coroa vegetal que o sustém flui de uma urna flanqueada por enrolamentos e festões, ladeando os elementos centrais encontram-se "putti", outras figuras mitológicas, e grinaldas e festões.
• Origem/Historial: Primitivamente, este "cabriolet" era usado pelos membros da Família Real, no reinado de D. Maria I, em passeios pelas reais quintas de Mafra e Queluz. À semelhança dos seus congéneres, procede das Reais Cocheiras de Belém,de onde transitou para o Depósito I da Repartição das Reais Cavalariças, instalado no antigo Picadeiro de Belém, no início do século. Cerca de 1904, o veículo foi reparado por conta das verbas abonadas pelo Ministério da Fazenda, a fim de ser exposto no futuro Museu dos Coches Reais. O carro foi cedido ao Palácio Nacional de Queluz, a título de depósito temporário, em 10 de Dezembro de 1984.
• Incorporação: Administração da extinta Casa Real. Fundo Antigo do Museu