Cadeirinha de D. Maria I

• Museu: Museu Nacional dos Coches
• Nº de Inventário: V 0071
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Meios de transporte
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: 1800/1815
• Técnica: Madeira entalhada e dourada; bronze fundido em molde, soldado, laminado, repuxado e dourado.
• Dimensões (cm): Comp. 91 x Alt. 148 / 138 (com e sem terminais) x Larg. 77
• Descrição: Caixa de cadeirinha em forma de paralelipípedo regular, revestida exteriormente de marroquim vermelho. A parte superior é inteiramente rebatível, estando os painéis interligados por meio de um sistema de charneiras e ganchos metálicos dourados, dispostos em torno da caixa. Os painéis são definidos por uma moldura simples de talha dourada, idêntica à cornija e à base, que assenta sobre quatro pequenos pés. Possui três janelas sub-rectangulares rasgadas nos alçados laterais e na portinhola, correspondendo esta ao alçado dianteiro. Cada uma das janelas fechava, originalmente, por meio de um painel elevatório de caixilharia em madeira - de que restam apenas dois -, integralmente forrado de tafetá de seda vermelha e munido de uma larga fita entrançada e dobrada para o interior, a fim de permitir o seu içamento. A janela da portinhola, uma vez içada, desvenda três pequenas vidraças de recorte rectangular, alinhadas junto à extremidade superior do painel, cujas molduras em bronze laminado descrevem folhas de louro relevadas. A ligação entre a portinhola - que abre para a esquerda - e a caixa, é feita por três dobradiças verticais em bronze maciço, todas elas compostas por duas metades bojudas, unidas a meio. Em bronze dourado é também o puxador rotativo e em forma de "S", que tem apenso um gancho para encaixe na argola do pé-direito. Tanto o puxador como a respectiva argola são ornamentados com motivos concheados e folhagem diversa. Na extremidade superior da portinhola existe um pequeno fecho de segurança, que consiste numa placa vazada ao centro, a qual encaixa num espigão fixo. Desaparecidos os varais, persistem as respectivas "mãos", localizadas junto às arestas da caixa, nos alçados laterais. São formadas por uma só peça em bronze, aparafusada à caixa, que tem soldadas na face superior duas esferas maciças, atravessadas longitudinalmente pela argola em ângulo recto. O tejadilho, amovível e quase plano, é igualmente coberto de marroquim e contornado por pregaria semiesférica, interrompida nos ângulos por quatro terminais em bronze dourado. Estes, têm a forma de urna de base circular, corpo alteado e ornamentado com folhas oblongas e remate em minarete. O marroquim de revestimento apresenta lagumas lacunas e rasgões, particularmente visíveis nos apainelados inferiores da caixa. No interior, a caixa é revestida de tafetá de seda vermelha com aplicação de fino galão do mesmo material, que delimita os apainelados e decora o tecto. O assento, localizado na parte posterior da cadeirinha, resume-se a uma prancha horizontal assente sobre duas outras transversais, todas forradas do mesmo tecido vermelho; possui almofada rectangular e baixa com avental franjado, montada sobre um forro de estopa de linho. Junto às janelas laterais e sobre as vigas estruturais e salientes, foram aplicadas duas largas fitas de seda vermelha entrelaçada que descrevem duas argolas rematadas por anéis de canutilho e uma flor-de-lis do mesmo; estas argolas ofereciam ao passageiro a possibilidade de se agarrar, minimizando o incómodo causado pelas oscilações do veículo em andamento. O parsevão é forrado de couro e contornado por pregaria igual à do tejadilho.
• Origem/Historial: Esta cadeirinha pertenceu à rainha D. Maria I que, segundo a tradição, a terá usado durante a sua prolongada doença.
• Incorporação: Casa Real Portuguesa.