Descrição: Sela dita à portuguesa, espécie de coxim fundo, de abas de corte direito, alta no cepinho e com uma golilha pronunciada . Para segurança adicional, o coxim era feito de forma que o cavaleiro pudesse encaixar as coxas.
A sela é forrada de veludo carmesim,(muito descorado) agaloado a ouro com motivos vegetalistas de folhas de videira e uvas e decorada com pregaria simples. O coxim é forrado de camurça ponteada.
Presa à traseira da sela, encontra-se uma pequena almofada, para proteger o cavalo do roçar da fivela de ligação à correia do rabicho. No conjunto está montado o xairel ( A 0241) e a gualdrapa ( A 0499). Estas peças pertenceram à montada do estribeiro-mor.
Origem/Historial: Antigo emprego honorífico na corte, tendo a seu cargo a inspecção dos coches, liteiras, cavalariças e cavalos da casa real; e das pessoas ocupadas nestes serviços. Acompanhava o rei quando este saía a cavalo, calçava-lhe a espora, e ajudava-o a montar e a desmontar.
Após a restauração foram estribeiros-mor:
de D. João IV, D. Francisco de Sousa, 3º conde do Prado;
de D. Afonso VI, o 1º Marquês de Minas e D. Diogo de Lima Brito e Nogueira, Visconde de Vila Nova de Cerveira;
de D. Pedro II, D. José de Meneses, Conde de Viana, D. Pedro António de Meneses, 2º Marquês de Marialva e seu cunhado, D. Rodrigo de Meneses;
a partir do reinado de D. Pedro II, recai o título honorífico na linhagem sucessória dos Marqueses de Marialva até à extinção desta já no séc. XIX, sendo estribeiro-mor de D. João V (além do Duque de Cadaval, D. Jaime de Melo) D. Diogo de Noronha, 3º Marquês de Marialva por casamento e gentil-homem da câmara de D. João V a partir de 15-1-1715;
de D. José I e de D. Maria I, foi estribeiro-mor D. Pedro José de Meneses Noronha Coutinho, 4º Marquês de Marialva, gentil-homem da câmara de D. José a partir de 13-8-1750;
de D. Maria I foi igualmente estribeiro-mor D. Diogo José Vito de Meneses Noronha Coutinho, 5º Marquês de Marialva e seu filho D. Pedro José Joaquim Vito de Meneses Coutinho, 6º e último Marquês de Marialva, sem sucessão, tendo os títulos da casa sido incorporados no da casa do Duque de Lafões, através do casamento com este da irmã do último marquês.
Incorporação: Admnistrção da extinta Casa Real, fundo antigo do Museu
Bibliografia
FREIRE, Luciano - Catálogo Descritivo e Ilustrado do Museu Nacional dos Coches. Lisboa: 1923
HENDERSON, Carolyn - manual do cavaleiro, a sela e os arreios. Lisboa: Editorial Estampa, 2001
KEIL, Luís - Catálogo do Museu Nacional dos Coches, 1943. Lisboa: 1943