Descrição: Prato rodado, pintado em azul de grande fogo. Tem como motivo central um escudo coroado em que está inscrita a legenda BEMSE ME RE SE
Aba não compartimentada, decorada alternadamente com boninas e estilização do emblema búdico da roda.
As faianças deste período caracterizam-se pela introdução de temas europeus na decoração.
No caso de potes e taças, os temas portugueses mesclam-se com a temática oriental, enquanto que nos pratos a temática europeia ocupa o fundo do prato (covo) e a oriental, inspirada na da “porcelana de carraca”, ocupa a aba.
As abas são divididas em reservas (painéis), contendo boninas, corolas de crisântemos, folhas e rolos com laçarias, separadas por bandas, contendo laçadas com selos suspensos.
São marcantes as peças ostentando motivos e datas alusivos à independência de Portugal, registada em 1640.
Assiste-se também neste período ao uso, ainda tímido, do manganês, ou vinoso, no contorno dos desenhos.
Origem/Historial: Relativamente ao possuidor original cita-se Teixeira de Carvalho, que em “Cerâmica Coimbrã No Século XVI” p. 218, refere:
“Do Mosteiro do Lorvão saíram os primeiros exemplares para as colecções de D. Fernando (II) e de lá vieram também outros que levou para Lisboa o Marquês de Sousa Holstein, todos os meus (Teixeira de Carvalho) e todos os que eram propriedade do Instituto ( Museu do Instituto de Coimbra), alguns dos quais se conservam no Museu Machado de Castro”.
Incorporação: António Augusto Gonçalves.
Centro de Fabrico: Lisboa
Bibliografia
A Influência Oriental na Cerâmica Portuguesa do Século XVII. Lisboa: Museu Nacional do Azulejo, 1994
BAART, Jan - Faiança Portuguesa,1600-1660.Um Estudo sobre Achados e Colecções de Museus,in Portugueses em Amesterdão. Amesterdão: 1988
QUEIRÖS, José - Cerâmica Portuguesa. Lisboa: Tip.Anuário Comercial, 1907
Exposições
A influência Oriental na Cerâmica Portuguesa do Século XVII