Figura masculina

  • Museu: Museu Nacional de Machado de Castro
  • Nº de Inventário: 9388;C891
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Cerâmica
  • Autor: Autor desconhecido (Oleiro)
  • Datação: 1869
  • Técnica: Faiança
  • Dimensões (cm): Alt. 27,8
  • Descrição: Peça moldada. Pintura policroma. Figura masculina sobre plinto circular. Traja indumentária constituída por sapatos, calças largas, cinto, casaco curto de gola baixa e larga de folhos, capa comprida e boné. A mão esquerda encontra-se no interior do casaco. Plinto com motivo de marmoreados. Lábios, narinas, olhos, sobrancelhas e cabelos com relevos acentuados. A indumentária incaracterística não permite uma correcta datação da peça, no entanto ela parece, de algum modo, inspirada numa outra garrafa da colecção do MNMC (inv.9852). Esta última traja à moda de meados da década de 20 do séc. XIX-"garrick", casaco curto com abas largas, camisa, laço de pontas pendentes, chapéu alto com aba larga. A posição da figura evoca a convencional representação de Napoleão, popularizada durante o século XIX através de peças de Staffordshire, datadas do século XIX. Os autores do catálogo, cuja descrição se transcreveu atribuem o seu fabrico, embora com dúvidas, a uma fábrica do Norte. No entanto é possivel que esta peça e outras semelhantes, conhecidos por "tobias" (da designação inglesa "toby-jugs")tenham sido fabricadas em Coimbra, já que são conhecidas peças de fabrico mais tardio com estas caracteristicas. Além do mais, esta garrafa foi adquirida a um descendente de uma família de ceramistas coimbrões, cujo fabrico se prolongou pelo primeiro quartel do séc. XX: a família Pessoa. Ao que se julga, as garrafas antropomórficas serão de inspiração portuguesa, sendo os primeiros exemplares originais da Fábrica do Rossio de Santa Clara, de Coimbra e posteriormente, na Fábrica do Rato, por intermédio da Alexandre Vandelli, filho do fundador da fábrica de Coimbra. A fonte de inspiração foram os cangirões ingleses "Toby Jugs", cujo exemplar mais antigo teria sido modelado por Aaron Wood (1717-1785), da família Wood, que teve papel fundamental no desenvolvimento das louças de Staffordshire. "Serviam como contentores utilitários para bebidas comuns ou tintas, tendo existido, paralelamente, uma indústria de produção de "novidades" para bebidas espirituosas, ou mesmo perfumes".
  • Incorporação: Teixeira de Carvalho
  • Centro de Fabrico: Coimbra

Bibliografia

  • Cerâmica Neoclássica em Portugal. Lisboa: Instituto Português de Museus, 1997
  • GONÇALVES, António Nogueira; José Correia da Fonseca - Secção de Cerâmica: Faiança Portuguesa [Catálogo Guia]. Coimbra: Coimbra Editora, 1947
  • PAIS, Alexandre Nobre; Pacheco, António; Coroado, João - Cerâmica de Coimbra: do século XVI-XX. Lisboa: MediaLivros; Instituto dos Museus e da Conservação, 2007
  • Pacheco, António Manuel de Almeida, Louça Tradicional de Coimbra 1867-1965
  • Santos, Alberto, Apontamentos sobre Cerâmica: Os Vasos Antropomórficos, Portalegre, 1998

Multimédia

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