Descrição: Cruz processional de haste e braços de secção rectangular com as extremidades trevadas, nó esférico arquitectónico e haste inferior de secção quadrangular com anéis circulares salientes nas extremidades. A figura de Cristo é fixada à cruz por pequenos pregos. A parte da haste inferior ao nó tem as arestas salientes, cordiformes, e os anéis têm decoração incisa de enrolamentos vegetalistas.
O nó é rodeado por balaustrada ressaltada e as partes superior e inferior da esfera estão divididas por caneluras verticais, tendo em cada uma das oito secções um botão oval cheio sobre um fundo inciso de enrolamentos vegetalistas. A balaustrada é delimitada por anéis ressaltados contendo decoração geométrica e vegetalista, seccionada por três figurinhas de vulto representando os Apóstolos S. Tiago Maior, S. Tiago Menor e S. Bartolomeu ( está omissa uma quarta figura), adossada a colunas estilizadas remaradas por pináculos moldurados e, em cada uma das secções, sobre fundo vazado de enrolamentos vegetalistas e enquadrado por frisos geométricos, dispõem-se quatro séries de três balaústres formando a balaustrada.
A cruz assenta em anel circular, com o bordo preenchido por friso duplo com pontas de diamante,e é inteiramente decorada por incisões de enrolamentos vegetalistas. No anverso, encontram-se seis placas adossadas à haste, correspondendo as dos trevos às figuras de S. Jorge e S. lucas, inseridos em cartelas, e as restantes apresentando decoração central floral com cercadura vegetalista; nos braços, dispõem-se as figuras de S. Marcos e S.Mateus. Assinalando as folhas do trevo, estão três botões ovais a cheio. A intersecçõa dos braços e da haste é assinalada por quadrado ressaltado onde se inscreve resplendor circular liso com moldura cordiforme. Sobre este, assenta a figura de Cristo, de vulto redondo. O reverso, em tudo semelhante ao anverso, difere apenas na representação das figuras: na haste, S.Jerónimo e S. Gregório Magno e, nos braços, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, os quatro Doutores da Igreja.
Origem/Historial: * Forma de Protecção: classificação;
Nível de Classificação: interesse nacional;
Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas;
Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro;
Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006; 18/07/2006*
Incorporação: Sé de Coimbra
Centro de Fabrico: Espanha / Santiago de Compostela
Bibliografia
AA.VV. - Museu Nacional Machado de Castro, Roteiro. Lisboa: IPM, 2005
Catálogo-Guia da secção de Ourivesaria. Coimbra: MNMC, 1940
Catálogo ilustrado da exposição retrospectiva de arte ornamental portuguesa e espanhola. Lisboa: Imprensa Nacional, 1882
GONÇALVES, António Nogueira - Estudos de Ourivesaria. Coimbra: 1984
GONÇALVES, António Nogueira; CASTRO, Eugénio de - Notícia descritiva dos principais objectos de Ourivesaria existentes no Thesoiro da Sé de Coimbra. Coimbra: Imprensa Académico, 1911