Descrição: Elemento cénico para a peça "Auto da Alma", de Gil Vicente, encenação, cenários e figurinos de Almada Negreiros, com representação única da Companhia Rey Colaço Robles Monteiro, em 1965, por ocasião das comemorações do V centenário de Gil Vicente no Teatro Nacional de São Carlos.
Direção artística de Amélia Rey Colaço, direção plástica de Lucien Donnat e direção de cena de Pedro Lemos. Interpretações de Maria Lalande (Alma), Rui Pedro (Anjo), Mariana Rey Monteiro (Igreja), Manuel Correia (Doutor da Igreja), Paiva Raposo (Doutor da Igreja), José Cardoso (Doutor da Igreja), Luiz Filipe (Doutor da Igreja), Varela Silva (Diabo) e Benjamim Falcão (Diabo).
Na peça estão representados, por ordem decrescente na perspetiva do observador (PO) :
. Pomba do Espírito Santo, com raios solares, centrada sob um arco ogival.
. Os quatro Doutores da Igreja.
. A Igreja, ao centro.
. Crucifixo, parte de trás, de frente para a Igreja.
. Abaixo da Igreja, o Anjo à direita (PO) e à esquerda (PO) a Alma.
. Em baixo os diabos, ( "Anjos caídos") um sentado e outro deitado, ao contrário das outras figuras, que sendo associadas à "ordem" estão na vertical.
O objeto simula a técnica do vitral, e é executado em plástico, cartolina e papel encerado com fundo preto e policromia a formar a imagem.
Origem/Historial: A peça terá sido adquirida pelo colecionador Jorge Brito que a depositou no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 1987 o diretor do Museu ( Dr. Victor Pavão dos Santos) contacta Jorge de Brito a solicitar a cedência do conjunto das peças relativas ao Auto da Alma, em Depósito no CAM, para integrarem uma exposição que se estava a preparar. O pedido de Pavão dos Santos terminou com o colecionador a doar o conjunto de 9 trajes e 3 elementos cenográficos ( 2 "vitrais" e um crucifixo) produzidos para o espetáculo "Auto da Alma", levado à cena pela Companhia Rey Colaço Robles Monteiro , no âmbito das comemorações do V Centenário de Gil Vicente.
Incorporação: Jorge de Brito
Bibliografia
FUNDAÇÃO, Calouste Gulbenkian - Almada e o Teatro. Lisboa: ACARTE, 1985