Descrição: Pequena ara de granito, toscamente elaborada e apresentando um evidente desgaste. O trabalho de lapicida é de qualidade medíocre, como se manifesta tanto no talhe do bloco e das suas componentes, como no da gravação do texto epigráfico. Neste último domínio, a distribuição não parece obedecer a um plano determinado e os caracteres evidenciam uma grande irregularidade. Promove-se, neste caso, um voto a Júpiter, a divindade suprema do panteão romano e a que mais vezes se regista na epigrafia da Hispânia. É igualmente muito habitual a sua qualificação como Optimus e Maximus, mas, ao invés, muito rara a invocação como Conseruator ("o que protege as pessoas"). A dedicante apresenta uma onomástica caracteristicamente latina, de resto com nomes muito usuais neste âmbito cultural, sendo provável que se trate de uma cidadã romana, pertencente gens Iulia, a mais representada no contexto hispânico.
Descrição de Amílcar Guerra.
Incorporação: Foi oferecida pelo Visconde de Castelo Novo a Francisco Tavares Proença Junior, em 1904 (AP, Vol XII)
Bibliografia
ALMEIDA, J.M. - Epigrafia vária. I. Ainda acerca do desenvolvimento da sigla verbal numa fórmula de monumentos votivos. Revista de Guimarães, LXXV. Guimarães: 1975
GARCIA, José Manuel - Epigrafia lusitano-romana do Museu Tavares Proença Júnior. Castelo Branco: Ministério da Cultura, 1984
GARCIA, José Manuel - Religiões antigas de Portugal. Lisboa: 1991