Ponta em forma de " Folha de Loureiro"

  • Museu: Museu Francisco Tavares Proença Júnior
  • Nº de Inventário: 10.185 MFTPJ
  • Super Categoria: Arqueologia
  • Categoria: Instrumentos e utensílios
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Técnica: Lascamento
  • Dimensões (cm): Comp. 6,4 x Larg. 2,9 x Esp. 1
  • Descrição: "Folha de loureiro" alongada, de simetria bilateral e bifacial, e bordo esquerdo ligeiramente denticulado. Apresenta escoriação. Cor bege a branca e cinzenta escura nas zonas das escoriações mais recentes. As chamadas "folhas de loureiro" são pontas de lança, cuja forma geral lembra a das folhas daquela árvore. Trata-se de peças geralmente finas, a muito finas, com retoque foliáceo cobrinte em ambos os lados e com elevados padrões de simetria bilateral e bifacial. No seu fabrico eram utilizadas técnicas de talhe muito avançadas: a percussão com percutor elástico e a pressão. Está demonstrado também que, em certos casos, se procedia ao aquecimento da peça, antes e durante o processo de fabrico, de modo a obter maiores índices de isotropia da matéria-prima. Philip Smith realizou em 1965 um levantamento muito completo dos locais e sequências estratigráficas solutrenses, concluindo que as pontas em forma de "folha de loureiro" correspondem a uma fase média e evoluída do complexo industrial Solutrense. O mesmo autor, baseado em aspectos tais como a morfologia geral da silhueta, a forma da base e dos bordos, assim como as características do retoque, identificou 13 subtipos de "folhas de loureiro", das quais algumas possuem áreas de repartição geográfica mais circunscritas do que as do complexo industrial que integram. É o caso, a título exemplificativo, das "folhas de loureiro" de base côncava, típicas do chamado Solutrense Cantábrico e Pirenaico, e das "folhas de loureiro" assimétricas, por vezes de bordos de tendência denticulada, típicas do chamado Solutrense Levantino (Sul de Espanha). Merecem particular referência as "folhas de loureiro" de pequenas dimensões, quase miniaturais, que apenas podem ser entendidas ou como adorno e objectos simbólicos, ou como pontas de flecha. Esta última hipótese origina ainda hoje grande controvérsia, uma vez que não é garantida a ocorrência do arco e flecha durante o Paleolítico Superior; apenas no Mesolítico (o período das chamadas "sociedades de arqueiros") é que esta tecnologia de caça e pesca se torna comum e existem provas claras da sua existência. Descrição de Luís Raposo (2004).
  • Incorporação: Francisco Tavares Proença Júnior

Bibliografia

  • FERREIRA, Ana Margarida (coord.) - Arqueologia: colecções de Francisco Tavares Proença Júnior. Castelo Branco: IPM, Dezembro de 2004

Exposições

  • Arqueologia: colecções de Francisco Tavares Proença Júnior

    • Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
    • Exposição Física

Multimédia

  • 4334.jpg

    Imagem