Descrição: Painel de Azulejos, representando o Escudo de Espanha, constituído por 48 azulejos, 8x6.
Azulejos polícromos: azul, amarelo, manganês, laranja e branco.
O Escudo de Espanha, encimado por coroa real, pende de duas argolas laterais, amarrado por bramantes. O escudo está enquadrado por uma cartela.
Inferiormente, está decorado por enrolamentos, de onde pendem lateralmente festões de flores azuis.
Na base, a inscrição "FABRICA REAL".
O modelo utilizado foi uma gravura de José Joaquín Fabregat, segundo original de Mariano Salvador Maella e desenho de Donoso Santos. Pormenores, como as argolas das quais pende o escudo amarrado por bramantes ou os enrolamentos convergentes dos lados da cartela, provêm desta estampa.
Origem/Historial: ..." Esteban Pérez, granadino, dirigiu-se ao rei de Espanha em Novembro de 1814 informado que fizera sociedade com Cayetano Casademunt para fundar uma fábrica de azulejos em Valência "(...) cujo edifício estão construindo, prometendo melhorar todos os da sua classe na perfeição das obras porque o requerente possui conhecimentos nada comuns, tanto práticos como teóricos neste ramo fabril (...)". Pérez solicitava a isenção de todos os tributos que pagavam os outros azulejadores da cidade argumentando com os méritos acumulados na defesa da causa dos Bourbons que o levaram a pôr em risco a própria vida e a perder os seus rendimentos. Para além disso "(...) parace estar-se perante o caso de declará-la credora deste privilégio como o de poder usar o escudo das Armas reais que estima e pretende mais que todas as honras (...)". Após um longo processo com informações variadas, os privilégios foram indeferidos, e somente em Dezembro de 1818 o rei concedeu a D. Esteban Pérez "o privilégio de colocar sobre as portas da fábrica de azulejos que tem na cidade de Valência o Escudo das minhas Armas Reais do qual há-de disfrutar enquanto a mantiver florescente tal como se encontra hoje, tirando-lhe caso entre em decadência ou venha a piorar a qualidade dos ditos azulejos...". Esteban Pérez pagou efectivamente em 1819, trezentos reais para conseguir o privilégio do uso do Escudo Real na fachada da sua fábrica de azulejos. Pouco tempo depois a fábrica fechou."
Inocencio Vicente Pérez Guillén, in "Cores para a Arquitectura. Azulejaria Valenciana, séc. XIII ao séc. XX", pp. 122.
Incorporação: Desconhecido (Fundo Antigo).
Centro de Fabrico: Valência
Bibliografia
Cores para a arquitectura: azulejaria valenciana século XIII ao século XX, catálogo de exposição. Lisboa: IPM, 2005
Exposições
Cores para a arquitectura: azulejaria valenciana século XIII ao Século XX