Azulejo

• Museu: Museu Nacional do Azulejo
• Nº de Inventário: MNAz 5869 Az
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Cerâmica
• Autor: Autor desconhecido
• Datação: 1750/1880
• Técnica: Faiança
• Dimensões (cm): Alt. 20 x Larg. 20 x Esp. 2
• Descrição: Azulejo didático, em faiança monocromática: azul sobre branco. Representação da construção de um pentágono a partir de um círculo e de segmentos de reta. As letras e os números - F.2., P.5., A e B marcam os últimos. A figura está inscrita numa moldura quadrangular perspetivada com os lados, dois a dois, em branco e azul. A letra P.5 refere-se a Preposição 5 dos Teoremas de Euclídes.
• Origem/Historial: Os azulejos didáticos existentes no MNAz, sendo dois depósito do Museu Nacional de Arqueologia, foram compradas por Leite Vasconcelos no Mercado Antiquário de Lisboa entre Outubro de 1913 e Janeiro de 1914. São semelhantes a outros existentes no antigo Liceu de Évora. É conhecida em Portugal a existência de azulejos com representações pictóricas de temas matemáticos e astronómicos, nomeadamente nas salas em torno do claustro da Universidade de Évora, universidade dos jesuítas entre 1554 e 1559. No entanto o seu propósito não era didático, mas sim decorativo, simbólico ou celebratório. Os azulejos ditos didáticos tinham como objectivo serem verdadeiros auxiliares pedagógicos abarcando várias áreas do saber, como a Matemática/Geometria (os mais numerosos encontrados até hoje), a Física, e a Astronomia. Os esquemas geométricos reproduzem os do livro Os Elementos de Euclides, na versão de André Tacquet (1612-1660), jesuíta matemático belga. Esta obra, publicada em 1654, denominada “Elementa Geometriae” tinha propósitos didáticos e foi amplamente divulgada durante os séculos XVII e XVIII. Estes azulejos, de que se conhecem atualmente mais de duas dezenas, poderão ter sido encomendados em resposta à carta de Tirso González, Geral da Companhia de Jesus, datada de 1692, que ordenava a tomada de medidas para a promoção do estudo da Matemática em Portugal, especialmente nas escolas de Coimbra e Évora. A dimensão que apresentam, que foge ao formato tipificado de 14x14, foi opção do encomendante, estando essa decisão provavelmente relacionada com a maior facilidade de leitura das representações, que estando expostas permitiam o convívio constante dos estudantes com as figuras, levando a uma mais fácil e rápida memorização. A maior parte dos azulejos didáticos que hoje existem estão em Coimbra e foi também aí, no Laboratório Químico, junto ao Colégio de Jesus, que escavações arqueológicas realizadas em 2010 revelaram um fragmento de um deste azulejos. Terão sido destruídos aquando da Reforma Pombalina do Ensino, por já não serem considerados necessários. Na realidade, em 1756 surgiu em Glasgow uma outra edição de Os Elementos de Euclides, de R. Simson, traduzidas em 1766 para o português pelo abade Afonso Bunelli e que passou a ser adoptado no Colégio dos Nobres, em Lisboa e mais tarde, posteriormente à Reforma Pombalina de 1772, pela Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra.
• Incorporação: Oferta do Arq.º Sanchez Jorge
• Centro de Fabrico: Coimbra, Portugal