O Cruzeiro do Sul- Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa

  • Museu: Museu Nacional do Azulejo
  • Nº de Inventário: MNAz 600 Proj
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Desenho
  • Autor: Colaço, Jorge (Tânger, 1868 - Caxias, 1942) (-)
  • Datação: 1922
  • Suporte: Papel
  • Técnica: Aguarela e grafite
  • Dimensões (cm): Alt. 36,7 x Larg. 56,5
  • Descrição: Projeto para azulejos a aguarela e grafite sobre papel, observando-se a quadrícula. À direita, desenho bicromático: azul e branco. À esquerda, desenho polícromo: azul, laranja, verde, amarelo e cinzento. Estudo para azulejos de paisagem marítima apresenta a cena como que vista através de um arco de volta perfeita e duas janelas trilobadas pertencentes a um edifíco com decoração neo-gótica. A composição marítima mostra um reflexo de luz em cruz sobre o mar; no céu quatro figuras aladas seguram nas mãos estrelas brancas de cinco pontas; à direita, duas caravelas com a cruz de Cristo nas velas. Na representação do edíficio, a ladear as colunas, uma balaustrada composta por elementos geométricos. Acima dos arcos distingue-se uma parede cujos materiais se apresentam com forma retangular, talvez tijolos, por sua vez encimada por friso de quadrifólios. No topo do edifício, sequência de ornatos trilobados recortados, típicos do neo-gótico. No canto esquerdo, centrado numa janela de arco ogival, ladeada por duas colunas lisas, desenho de uma embarcação semelhante às anteriores em alto mar. Uma janela gradeada, de arco agudo de menor dimensão, encontra-se do lado direito, com elementos decorativos trilobados. Por cima desta janela, encontram-se outras três janelas de dimensão reduzida. Acima de todas as janelas descritas, por entre as folhas e flores brancas e cor de rosa que compõem uma grinalda revela-se um ornato com cruzes vermelhas no centro de elementos quadrilobados cinzentos sobre fundo branco. A grinalda rodeia um escudo com fundo branco, no qual se destacam cinco quinas azuis, rodeadas de um círculo vermelho em que se destacam cinco pontos brancos.
  • Origem/Historial: O Projeto designado de Pavilhão das Indústrias foi construído em 1921 destinado à Exposição Internacional do Rio de Janeiro, organizada em 1922, com projeto dos arquitetos Carlos Rebelo de Andrade (1887-1971) e Guilherme Rebelo de Andrade (1891-1969). Entre 1929 e 1931 foi reconstruído a meio da encosta do Parque Eduardo VII. Em 1932 foi re-inaugurado por ocasião da Exposição Industrial Portuguesa que teve lugar no Parque Eduardo VII antes de ser posteriormente adaptado e aproveitado para instalações e atividades desportivas, tomando assim a designação de Pavilhão dos Desportos. Foi utilizado como Palácio Municipal de Festas e de Exposições. Em 1947 realiza-se no recinto o Campeonato Mundial de Hóquei em Patins. No ano de 1984 foi designado por Pavilhão Carlos Lopes em homenagem ao atleta que, pela primeira vez na história do desporto português, conquistou uma Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos. De planta quadrangular, traduz uma arquitetura eclética, de gosto revivalista inspirado no decorativismo do barroco joanino. A fachada principal surge revestida por painéis de azulejos, em azul e branco, produzidos pela Fábrica de Sacavém, em 1922, representando no plano iconográfico cenas da história de Portugal com temas dedicados a Sagres, à Batalha de Ourique, à Ala dos Namorados na Batalha de Aljubarrota e ao Cruzeiro do Sul. In: Lisboa.pt
  • Incorporação: Adquirido à família em conjunto com outro espólio do artista.
  • Centro de Fabrico: Lisboa

Bibliografia

  • Exposição Comemorativa do Primeiro Centenário do Nascimento de Jorge Colaço. Lisboa: C.M.L., 1968
  • Jorge Colaço E A Azulejaria Figurativa Do Seu Tempo , Catálogo, 2019, MNAz

Multimédia

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