Anjo arauto

  • Museu: Museu Nacional do Azulejo
  • Nº de Inventário: MNAz 147 Esc
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Escultura
  • Autor: Ferreira, António e Dionísio (atribuído) (Escultor de barro)
  • Datação: 1700/1730
  • Técnica: Modelação
  • Dimensões (cm): Alt. 30 x Larg. 34 x Prof. 2
  • Descrição: Escultura: escultura de vulto. Figura de presépio. Anjo arauto suspenso, à direita, abaixo do arcanjo Gabriel, com a cabeça numa forte torção para trás, para a sua direita e braço esquerdo erguido. Traja uma túnica que lhe deixa o ombro e o peito esquerdos a descoberto, e que é vermelha com decoração de flores douradas. Um lenço azul, com o mesmo tipo de decoração, pende-lhe do ombro esquerdo. Os tecidos tal como os cabelos encaracolados do anjo esvoaçam ao vento evocando a sua suspenção no céu. Notas iconográficas: Pertence à composição de anjos arautos que rodeia a figura do arcanjo Gabriel. Em contraste com os dois outros anjos arautos conhecidos, este aparenta encontrar-se a alguma distância, olhando para trás nessa direcção. Deverá ter existido um outro anjo que lhe seria simétrico e cuja atitude seria, provavelmente, semelhante.
  • Origem/Historial: Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devem recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006;18/07/2006 O presépio (no qual se integra esta peça) provém do antigo Convento da Madre de Deus (hoje MNAz). Foi colocado originalmente num espaço próprio conhecido por Casa do Presépio, contíguo à Capela de Santo António, no segundo piso do edifício do convento ou casa do antecoro. Entre as possíveis circunstâncias em que se situou a encomenda do presépio poderá ter estado um programa de glorificação da Virgem, no qual se enquadra a recepção de dádivas vindas de Roma, em 1731, sob a forma de relíquias várias relacionadas com A Virgem, incluindo, por exemplo, uma tábua do presépio ou berço. Entre os encomendantes prováveis são apontados D. João V e o padre José Pacheco, ou ainda D. Pedro II ou D. Catarina de Bragança. A sua função inicial relacionava-se com a celebração da Natividade realizada em ambiente de clausura. A função actual de objecto museológico decorreu da sua incorporação pelo Estado após o decreto de extinção das ordens religiosas que se prolongou neste caso, por se tratar de um convento feminino, até à morte da última freira, ocorrida em 1871. Não se sabe exactamente quando terá sido desmontado, mas sabe-se que quando foi incorporado no acervo do MNAA (ou Museu Nacional de Belas Artes e Arqueologia até 1884) já estaria desmontado. A primeira exposição museológica de algumas das suas peças isoladas do conjunto ocorreu em 1882 na Exposição de Arte Ornamental Portuguesa e Hespanhola (não foi o caso desta peça). O presépio regressou ao Convento da Madre de Deus em 1985, a título de depósito, afim de ser exposto no espaço para que foi concebido. Só em Dezembro de 2006 tal foi possível através de um protocolo celebrado entre o Instituto Português de Museus e o grupo EDIFER que financiou o projecto e a montagem.
  • Incorporação: Desmontado na década de 1830, do espaço para que foi concebido, por possível extinção das Ordens Religiosas, veio a integrar as colecções do Museu Nacional de Arte Antiga. O presépio regressou ao Convento da Madre de Deus em 1985, como depósito. Foi autorizada a sua transferência a título definitivo para as colecções do Museu Nacional do Azulejo por despacho de 31 de Julho de 2009, do Director do Instituto dos Museus e da Conservação.
  • Centro de Fabrico: Lisboa, Portugal

Bibliografia

  • ANDRADE, Sérgio de - "Presépios" in: Dicionário de Arte Barroca em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 1989
  • Aspectos do Natal na Arte Portuguesa, catálogo de exposição. Lisboa: Museu Nacional de Arte Antiga, 1947/1948
  • BARREIRA, João - Os presépios de barro in: Serões - Revista mensal illustrada, 2ª série, vol. I, nº 6. Lisboa: 1905
  • BELÈM, Fr. Jerónimo de - Crónica Seráfica de Santa Província dos Algarves da Regular Observancia de Nosso Serafico Padre S. Francisco, Parte Terceira, Em que se Trata da Origem, Fundaçam, e Progressos do Real Mosteiro da Madre de Deos de Xabregas. Lisboa: No Mosteiro de S. Vicente de Fora, 1756
  • BERLINER, Rudolph - Denkmaler der Krippenkunst. Augsburg: s.n., 1926
  • CASTRO, Machado de - Diccionario Arrazoado, ou filosófico d'alguns termos technicos, pertencentes á Bella Arte da Escultura, e seus utensilios. Lisboa: depositário Livraria Coelho, 1937
  • Catálogo Illustrado da Exposição Retrospectiva de Arte Ornamental Portuguesa e Hespanhola. Lisboa: Imprensa Nacional, 1882
  • CONCEIÇÃO, Frei Cláudio da - Gabinete Histórico, vol. IX. Lisboa: Imprensa Régia, 1823
  • COSTA, Luís Xavier - Duas Palestras sobre artes portuguesas no século XVIII: "Algumas palavras sobre o escultor Machado de Castro e os seus cooperantes" e "Barristas portugueses anteriores ao século XIX". Lisboa: Oficina Gráfica Limitada, 1939
  • Documentação do Convento da Madre de Deus, documentos avulsos, Biblioteca do Museu Nacional de Arte Antiga
  • MACEDO, Diogo de - A escultura Portuguesa nos séculos XVII e XVIII in Separata da Revista Ocidente. Lisboa: s.n., 1945
  • MACEDO, Diogo de - Em redor dos Presépios portugueses. Lisboa: Sociedade Industrial de Tipografia, 1940
  • MACEDO, Diogo de - Presépios Portugueses. S.l.: Artis, s.d.
  • MACHADO, Cyrillo Volkmar - Colecção de memórias relativas às vidas dos pintores e escultores, Architectos, e gravadores portuguezes, E dos estrangeiros, que estiverão em Portugal, recolhidas e ordenadas. Lisboa: Imprensa de Victorino Rodrigues da Silva, 1823
  • Memórias do que ouve na Madre de Deus, iniciado em 1639, Biblioteca Nacional de Lisboa, F. 2368
  • PAIS, Alexandre Nobre - O Presépio da Madre de Deus. Lisboa: IPM, 2003
  • PAIS, Alexandre Nobre - Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota, Dissertação de Mestrado em História de Arte Moderna apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa: texto policopiado, 1998
  • PAIS, Alexandre Nobre - Presépios portugueses no século XVIII in: Portugal Brasil/ Brasil Portugal: Duas faces de uma realidade artística, Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Lisboa: s.n., 2000
  • Papéis Antigos provenientes de Igrejas e Mosteiros (Madre de Deus, etc), Museu Nacional de Arte Antiga, Arquivo de Directores, Caixa 15, pasta 1
  • RIBEIRO, Maria de Lourdes de Sousa Alvares - A música nos presépios setecentistas. Porto: [s.n.], 1996
  • ROBECK, Nesta de - The Christmas crib. London: Burn Oates & Washbourne, 1938
  • SOLEDADE, Frei Fernando da - Historia Serafica Chronologica da Ordem de S. Francisco na Provincia de Portugal, Tomo IV, Refere os seus Progressos em Tempos de Sessenta & oyto annos: do de mil & quinhentos & hum até o de mil & quinhentos & sessenta & oyto. Lisboa: Officina de Manoel & Joseph Lopes Ferreyra, 1709
  • TELLES, Liberato - O Mosteiro e a Igreja da Madre de Deus. Lisboa: Imprensa moderna, 1899

Exposições

  • Exposição dos Barristas Portugueses

    • MNAA, Lisboa
    • Exposição Física

Multimédia

  • 11339.jpg

    Imagem
  • 9402.jpg

    Imagem