Cortejo de árabes

  • Museu: Museu Nacional do Azulejo
  • Nº de Inventário: MNAz 123 Esc
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Escultura
  • Autor: Ferreira, António e Dionísio (atribuído) (Escultor de barro)
  • Datação: 1700/1730
  • Suporte: Barro cozido (terracota)
  • Técnica: Modelação Policromia a frio: pintura a têmpera ou técnica mista (óleo e ovo)
  • Dimensões (cm): Alt. 30 x Larg. 45 x Prof. 1
  • Descrição: Grupo escultórico constituído por quatro personagens masculinas conduzindo três cavalos a pé. O primeiro, jovem, iniciando um movimento de corrida, segura com a mão esquerda um cavalo empinado, olhando-o com a cabeça em torção acentuada sobre o ombro esquerdo. Por detrás dele caminham, calmamente, os restantes homens, conduzindo os respetivos cavalos a trote. Todos eles trajam turbantes de tipo árabe. O cavalo branco empinado, em primeiro plano, tem um manto a cobrir o seu dorso, de fundo azul com elementos vegetalistas a dourado e franjas douradas.
  • Origem/Historial: Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devem recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006;18/07/2006 O presépio (no qual se integra esta peça) provém do antigo Convento da Madre de Deus (hoje MNAz). Foi colocado originalmente num espaço próprio conhecido por Sala do Presépio, contíguo à Capela de Santo António, no segundo piso do edifício do convento ou casa do antecoro. Entre as possíveis circunstâncias em que se situou a encomenda do presépio poderá ter estado um programa de glorificação da Virgem, no qual se enquadra a recepção de dádivas vindas de Roma, em 1731, sob a forma de relíquias várias relacionadas com a Virgem, incluindo, por exemplo, uma tábua do presépio ou berço. Entre os encomendantes prováveis são apontados D. João V e o padre José Pacheco, ou ainda D. Pedro II ou D. Catarina de Bragança. A sua função inicial relacionava-se com a celebração da Natividade realizada em ambiente de clausura. A função actual de objecto museológico decorreu da sua incorporação pelo Estado após o decreto de extinção das ordens religiosas que se prolongou neste caso, por se tratar de um convento feminino, até à morte da última freira, ocorrida em 1871. Não se sabe exactamente quando terá sido desmontado, mas sabe-se que quando foi incorporado no acervo do MNAA (ou Museu Nacional de Belas Artes e Arqueologia até 1884) já estaria desmontado. A primeira exposição museológica de algumas das suas peças isoladas do conjunto ocorreu em 1882 na Exposição de Arte Ornamental Portuguesa e Hespanhola (não foi o caso desta peça). Existiu um projecto de montagem do presépio na sua casa original nos anos 80 (onde entretanto se instalou o MNAz), motivando o seu regresso em 1985, a título de depósito. Só em Dezembro 2006 foi possível a sua exposição ao público, através de um protocolo celebrado entre o Instituto Português de Museus e o grupo EDIFER que financiou o projecto e a montagem.
  • Incorporação: Desmontado na década de 1830, do espaço para que foi concebido, por possível extinção das ordens religiosas, veio a integrar as colecções do Museu Nacional de Arte Antiga. O presépio regressou ao Convento da Madre de Deus em 1985, a título de depósito. Foi autorizada a sua transferência a título definitivo para as colecções do Museu Nacional do Azulejo por despacho de 31 de Julho de 2009, do Director do Instituto dos Museus e da Conservação.
  • Centro de Fabrico: Lisboa, Portugal

Bibliografia

  • ANDRADE, Sérgio de - "Presépios" in: Dicionário de Arte Barroca em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 1989
  • Documentação do Convento da Madre de Deus, documentos avulsos, Biblioteca do Museu Nacional de Arte Antiga
  • Memórias do que ouve na Madre de Deus, iniciado em 1639, Biblioteca Nacional de Lisboa, F. 2368
  • PAIS, Alexandre Nobre - O Presépio da Madre de Deus. Lisboa: IPM, 2003
  • PAIS, Alexandre Nobre - Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota, Dissertação de Mestrado em História de Arte Moderna apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Lisboa: texto policopiado, 1998
  • PAIS, Alexandre Nobre - Presépios portugueses no século XVIII in: Portugal Brasil/ Brasil Portugal: Duas faces de uma realidade artística, Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses. Lisboa: s.n., 2000
  • Papéis Antigos provenientes de Igrejas e Mosteiros (Madre de Deus, etc), Museu Nacional de Arte Antiga, Arquivo de Directores, Caixa 15, pasta 1
  • TELLES, Liberato - O Mosteiro e a Igreja da Madre de Deus. Lisboa: Imprensa moderna, 1899

Exposições

  • Exposição dos Barristas Portugueses

    • MNAA, Lisboa
    • Exposição Física

Multimédia

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