Dimensões (cm): Alt. 25,4 x Larg. bojo 21,7 x Diâm. boca 11; base 11,1
Descrição: Pote com o corpo de grés porcelânico cinzento claro, grosso e muito pesado, cuja superfície se tornou castanho avermelhado onde foi exposta à atmosfera do forno. O vidrado de cor verde azeitona, espesso, translúcido e brilhante, apresenta uma rede de fino «craquelé» castanho. Esta peça, de gargalo bastante curto e muito largo, bojo alto e pé estreito com rebordo, foi executado no torno, sendo as estrias do acabamento visíveis no interior. O p... Ver maisote foi vidrado no exterior, interior e base, excepto na extremidade do pé. A decoração incisa e cinzelada sob o vidrado está repartida por três registos separados entre si por dois círculos concêntricos. O primeiro apresenta uma banda de pétalas e o segundo duas grandes peónias separadas por duas folhas recortadas, tipicas desta flor, uma de cada lado, em relevo quase imperceptível sob o espesso vidrado. O terceiro, sobre o ombro, ostenta arabescos, de traço rápido, cuja forma sugere nuvens.
O «craquelé» começou por aparecer devido a acidentes de cozedura, quando os coeficientes de dilatação ou contracção do corpo e do vidrado são discordantes. No entanto, os chineses cedo começaram a obtê-lo voluntariamente, quer juntando um ingrediente especial ao vidrado, quer provocando arrefecimentos bruscos. Algumas oficinas tornaram-se especialistas em «craquelé», tais como as que produziam os artigos Guan da época Song, cujo «craquelé» seguia as linhas da forma das peças.
"Céladon" é o termo adoptado em toda a Europa para designar o tom verde claro - mais ou menos acinzentado ou azulado ou cor de azeitona - do vidrado; a cor é obtida por meio do óxido de ferro cozido em redução. Aquela designação aplica-se ao grés e porcelanas revestidas com esse vidrado verde, macio, untuoso e agradável ao toque. o nome "Céladon", proveniente de França, inspirou-se nas fitas verdes usadas pelo pastor Céladon, herói do romance Astrée da autoria de Honoré d' Urfé (seculo XVII).
Origem/Historial: A peça foi adquirida a Raquel Sabat, em 7/7/1960, por 7.000$00 (sete mil escudos). Em 1965, as finanças atribuíram-lhe o valor de 10.000$00 (dez mil escudos). A peça foi incorporada em 18/8/67 por auto de entrega e cessão de bens ao Estado.
Incorporação: Por testamento de 31 de Julho de 1964
Centro de Fabrico: Fornos de Longquan
Bibliografia
LION-GOLDSCHMIDT, Daisy - Les poteries et porcelaines chinoises. Paris: Presses Universitaires de France, 1978
MATIAS, Maria Margarida Marques; Mota, Manuela - China e Islão. Gramáticas Decorativas. Lisboa: 1992
PINTO DE MATOS, Maria Antónia - A Casa das Porcelanas. Cerâmica chinesa da Casa-Museu Dr.Anastácio Gonçalves. Londres: Phipip Wilson/IPM, 1996
TREGEAR, Mary - La Céramique Song. Paris: Editions Vilo, 1982
AAVV- Mille ans de Monochromes, Vaisselle sacrée et profane des empereurs de Chine | A Millennium of Monochromes, From the Great Tang to the High Qing, les collections Baur et zhuyuetang | The Baur and the Zhuyuetang Collections. Fondation Baur, Musée des arts d'Extrême-Orient | Continents Editions, Milan, 2018