Prato
-
Museu: Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
-
Nº de Inventário: CMAG 6
-
Super Categoria:
Arte
-
Categoria: Cerâmica
-
Autor:
Autor desconhecido (-)
-
Datação: 1550
-
-
Técnica: Azul cobalto aplicado com pincel sobre a porcelana crua revestida em seguida de vidrado
-
Dimensões (cm): Alt. 7,3 x Diâm. 35,5; 18 (base)
-
Descrição: Prato fundo, circular, executado em porcelana branca, repousando sobre pequeno pé, ligeiramente inclinado para o interior, cuja extremidade, sem revestimento, revela uma matéria densa e branca. A aba, estreita e levantada, está associada a uma caldeira de perfil curvilíneo. O prato ostenta uma decoração, muito particular e rara, a azul cobalto sob vidrado azulado, cuja paragem é assinalada por uma linha alaranjada. No exterior, o pé apresenta ...
Ver maisum enrolamento de espirais interligadas, delimitado por um círculo donde parte um friso de flores com grandes folhas, uma de cada lado. O reverso da aba, compreendido entre círculos, é preenchido por seis ramos de ameixieira florida separados entre si por um insecto. No interior, o fundo, ligeiramente côncavo, apresenta no centro um medalhão redondo, de campo azul, preenchido por motivos obtidos por reserva, que fazem alusão à Primavera e à longevidade: uma ameixoeira florida, cujo tronco tem a forma do carácter "yue" (lua), duas aves poisadas sobre os ramos brancos despidos de folhas, e uma outra voando entre flores brancas de ameixieira, com corolas de cinco pétalas. Delimita o fundo um círculo com friso de cabeças de "ruyi" com pé, que separa a banda branca que cerca o medalhão central da caldeira também sem qualquer decoração. A aba mostra seis ramos de romãzeira com duas flores, frutos e uma ave poisada, separados entre si por uma ave em voo picado. Na base, vidrada, está caligrafada, a azul cobalto sob o vidrado, a marca apócrifa de Xuande, em seis caracteres, dispostos em duas colunas de três caracteres: « da Ming Xuande nian zhi» (feito no período Xuande da grande dinastia Ming).
Como afirma Rosemary Scott « A ameixieira era um motivo popular nas artes decorativas chinesas, dado que o seu nome,"mei hua", sugere beleza (mei) e, embora um símbolo de Inverno, a ameixieira era considerada como um anúncio de Primavera». Para A. S. Williams, esta árvore é também considerada símbolo de longevidade dado que floresce até atingir uma idade extremamente avançada, apesar dos seus ramos se apresentarem sem folhas e aparentemente sem vida.
A romã traduz um voto de fecundidade, de esperança numa família com numerosa descendência e, tal como na Grécia, um símbolo de posteridade devido às numerosas sementes. Fechar
-
-
Origem/Historial: A peça foi adquirida a Antiquarium Lda., em 24/01/1945, por 1.800$00 (mil e oitocentos escudos). Em 1965, as Finanças atribuiram-lhe o valor de 12.000$00 (doze mil escudos).
A peça foi incorporada em 18/8/1967 por auto de entrega e cessão de bens ao Estado.
-
Incorporação: Por testamento em 31 de Julho de 1964
-
Centro de Fabrico: Fornos de Jingdezhen
Bibliografia
- LION-GOLDSCHMIDT, Daisy - Les Poteries et Porcelaines Chinoises. Paris: Presses UPUF, 1978
- MATIAS, Maria Margarida Marques - Colecção Anastácio Gonçalves. Catálogo. Pintura. Cerâmica. Mobiliário.. Lisboa: I.P.P.C./ C.M.A.G., 1984
- PINTO DE MATOS, Maria Antónia - A Casa das Porcelanas. Cerâmica chinesa da Casa-Museu Dr.Anastácio Gonçalves. Londres: Phipip Wilson/IPM, 1996
- SCOTT, Rosemary - Imperial Taste. Chinese Ceramics from the Percival David Fundation. San Francisco: LoChronicle Books, 1989
- WILLIAMS, C.A.S. - « Chinese Symbolism and Art Motifs». Vermont & Tokyo: Company Inc. of Rutland, 1993
- KRAHE, Cinta - Chinese Porcelain in Habsburg Spain, Centro de Estudos Europa Hispânica, 2016
- AAVV, Le Bleu des Mers. Dialogues entre la Chine, la Perse et l'Europe, Fondation Baur, Musée des Arts d'Extreme Orient, Continents Editions, Italie, Novembro 2017