Prato

• Museu: Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
• Nº de Inventário: CMAG 25
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Cerâmica
• Autor: Autor desconhecido (-)
• Datação: Século 16
• Técnica: Azul cobalto aplicado com pincel sobre pasta crua revestida em seguida de vidrado.
• Dimensões (cm): Alt. 3,2 x Diâm. 19,8; 11,3 (base)
• Descrição: Prato, com o corpo de porcelana muito fina com pequenas manchas ferruginosas, coberta de vidrado levemente azulado, que aderiu mal à pasta na base e no tardoz. Este pequeno prato circular, de caldeira arredondada e aba ligeiramente levantada, com bordo recortado em chavetas, repousa sobre pequeno pé, cuja extremidade, não vidrada, tomou uma cor alaranjada em contacto com a atmosfera do forno. A base, convexa, e marcada por estrias concêntricas e radiais deixadas pelo torno. A decoração cuidada, é em vários tons de azul, bem contrastados, que variam entre o azul profundo e o azul acinzentado. No fundo, dentro de um duplo círculo, desenvolve-se uma paisagem marítima em vários planos, sendo a noção de profundidade transmitida pela distribuição das ilhotas no espaço. O primeiro plano, apresenta os habituais rochedos verticais com chorão, um pavilhão de telhado duplo com a sua bandeira, um pagode muito alto, uma sampana de vela enfunada pelo vento, água sugerida por pequenos traços azuis meio escondida pelo pico central e duas figuras humanas sobre um rochedo. O segundo e terceiro planos são formados, respectivamente, por uma ilha com cabana e um pavilhão de duplo telhado entre rochedos. Caldeira sem decoração. Na aba, perfilam-se nove garças brancas frente a uma folha de lótus, alternando com flores de lótus e plantas que brotam da água. No tardoz, partindo do duplo círculo azul que decora o pé, elevam-se dois conjuntos de ramos secos com duas aves poisadas e, no reverso da aba, nascem do bordo, em sentido inverso, três ramos de ameixieira florida. Maura Rinaldi classifica esta peça como um dos artigos "Kraakporselein - border II", c.1565-1600 - tipologia, que considera, no entanto , ser de difícil identificação. Para a mesma autora, o que denuncia os exemplares não «Kraak», com decoração igual a deste prato, e o tardoz, onde, nos pratos pequenos, os ramos de ameixieira são substituídos por uma pequena flor com duas hastes terminando numa simples folha, enquanto as peças grandes podem mostrar ramos com frutos ou flor. Os pratos não «Kraak» normalmente são fundos, com paredes arredondadas associadas a uma aba direita, uma forma que não aparece entre as «Kraak». Ainda e segundo Maura Rinaldi, as verdadeiras peças «Kraak», decoradas com lótus e garças na aba e o motivo do pagode no medalhão central, são extremamente raras, tendo conseguido localizar apenas quatro exemplares: esta peça, um prato no Museu degli Argenti, em Florença, e dois no Metropolitan Museum, em Nova Iorque. Esta autora diz que a raridade deste motivo nas «Kraak» é intrigante, pois era muito comum sobre outros tipos de artigos da segunda metade do seculo XVI e persistiu mesmo em peças tardias de manufactura grosseira. Pratos grandes com este motivo eram populares tanto no Médio Oriente nas colecçoes de Ardebil e do Topkapi Saray Museum, como na Europa, na colecçao do Palácio de Santos.
• Origem/Historial: O prato foi adquirido no Rastro, em Madrid, em 12/2/1961, por 1.000 (mil) pesetas, equivalente a 500$00 (quinhentos escudos). Em 1965, as Finanças atibuiram-lhe o valor de 5.000$00 (cinco mil escudos). A peça foi incorporada em 18/8/67 por auto de entrega e cessão de bens ao Estado.
• Incorporação: Por testamento em 31 de Julho de 1964
• Centro de Fabrico: Fornos de Jingdezhen