Prato

  • Museu: Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
  • Nº de Inventário: CMAG 67
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Cerâmica
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Datação: 1600/1650
  • Técnica: Azul cobalto aplicado com pincel sobre a porcelana crua revestida em seguida de vidrado
  • Dimensões (cm): Alt. 8,5 x Diâm. 45,3; base: 26
  • Descrição: Prato com corpo de porcelana muito branca e fina, revestida de um vidrado brilhante e incolor. Este grande prato, fundo, circular, de parede arredondada, bordo recortado em chavetas, eleva-se sobre um pequeno pé, inclinado para o interior, cuja extremidade sem revestimento, apresenta uma linha alaranjada em toda a volta, marcando a paragem do vidrado. A base, não vidrada, é marcada por estrias concêntricas e radiais deixadas pelo torno. A decoração, de desenho muito cuidado, é em vários tons de azul cobalto, habilmente matizados. O fundo, ligeiramente côncavo, delimitado por um duplo círculo, ostenta um medalhão central, polilobado e recortado, com uma paisagem do mar do Sul da China. A disposição dos elementos decorativos em diversos planos, comprova a mestria do artesão chinês e o domínio da terceira dimensão. No primeiro plano, sobre uma falésia brota um arbusto espinhoso com folhas rectilíneas e, num plano mais recuado, erguem-se duas árvores e três figuras humanas. Completam este plano uma ponte e uma sampana com pescador que lançou a rede nas águas calmas, sugeridas por traços que se estendem por todo o segundo plano. Picos escarpados, separados pelo mar e pelas nuvens em movimento, encerram esta composição. Esta imagem idílica é emoldurada por uma banda segmentada de motivos inspirados nos brocados: encanastrados, escamas imbricadas, suásticas - símbolo budista do coração de Buda, olhada como Wan Shou, um símbolo de longevidade sem fim -, intercalados com elementos semelhantes a cabeças de "ruyi". A parede está dividida em nove grandes painéis, de fundo branco, recortados na extremidade superior e decorados, alternadamente, com flores (crisântemos, peónias e plantas de lótus), frutos (pêssegos, romãs e lichias) e uma ave. Nas bandas estreitas, separadas dos painéis, reaparecem os motivos decorativos que rodeiam o medalhão central, enquadrando pendentes de contas e símbolos, nomeadamente rolos de pintura, losango, castanhetas, chifre de rinoceronte e pedra sonora, um dos "Oito Objectos Preciosos", símbolo de boa sorte e também emblema de harmonia. O tardoz retoma o esquema decorativo da frente, sendo os painéis de grandes dimensões alternada e sucessivamente preenchidos por pêssegos e "lingzhi "com símbolos estilizados. As bandas estreitas ostentam um "lingzhi", alongado e muito estilizado. Este prato apresenta várias concreções arenosas sobre a decoração do fundo, fruto de uma cozedura negligente.
  • Origem/Historial: O prato foi adquirido à Senhora Ortega, em 7/10/1946, por 2.200$00 (dois mil e duzentos escudos). Em 1965, as Finanças atribuíram-lhe o valor de 12.500$00 (doze mil e quinhentos escudos). Esta peça foi incorporada em 18/8/1967 por auto de entrega e cessão de bens ao Estado.
  • Incorporação: Por testamento em 31 de Julho de 1964
  • Centro de Fabrico: Fornos de Jingdezhen

Bibliografia

  • DESROCHES, Jean-Paul; Pinto de Matos, Maria Antonia Aleixo - Do Tejo aos Mares da China: uma epopeia portuguesa, exposiçao no Palacio Nacional de Queluz e no Musee National des Arts asiatiques.. Guimet, Paris: Reunion des Musees Nationaux, 1992
  • MATIAS, Maria Margarida Marques - Colecção Anastácio Gonçalves. Catálogo. Pintura. Cerâmica. Mobiliário.. Lisboa: I.P.P.C./ C.M.A.G., 1984
  • MATIAS, Maria Margarida Marques; Mota, Manuela - China e Islão. Gramáticas Decorativas. Lisboa: 1992
  • PINTO DE MATOS, Maria Antónia - A Casa das Porcelanas. Cerâmica chinesa da Casa-Museu Dr.Anastácio Gonçalves. Londres: Phipip Wilson/IPM, 1996
  • PINTO DE MATOS, Maria Antónia (Coord.) - O Exótico nunca está em casa? A China na faiança e no azulejo portugueses (séculos XVII e XVIII). The Exotic is never home? The presence of China in Portuguese faience and azulejo (17yh-18th centuries). Museu Nacional do Azulejo. 2013
  • AAVV, Le Bleu des Mers. Dialogues entre la Chine, la Perse et l'Europe, Fondation Baur, Musée des Arts d'Extreme Orient, Continents Editions, Italie, Novembro 2017

Exposições

  • China e Islão. Gramáticas Decorativas

    • Lisboa, Casa-Museu Anastácio Gonçalves
    • Exposição Física
  • Do Tejo aos Mares da China. Uma Epopeia Portuguesa

    • Portugal, Palácio Nacional de Queluz
    • 9/3/1992 a 30/4/1992
    • Exposição Física
  • Du Tage à la mer de Chine. Une épopée portugaise

    • França, Paris, Musée des Arts asiatiques - Guimet
    • 19/5/1992 a 31/8/1992
    • Exposição Física
  • O Exótico nunca está em casa?

    • Museu Nacional do Azulejo - Lisboa
    • 17/12/2013 a 29/6/2014
    • Exposição Física

Multimédia

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