Técnica: Azul cobalto aplicado sobre a pasta crua, revestida em seguida de vidrado, depois recebe os esmaltes
Dimensões (cm): Alt. c/tampa :41,8; s/t: 32,5 x Larg. 25,5 x Diâm. boca: 14,5; base: 19
Descrição: Pote em forma de balaústre, de colo curto, rematando em rebordo arredondado, e tampa de encaixe, em forma de tecto e pagode com botão de preensão redondo e pontiagudo, de porcelana branca, pesada e espessa, executado ao torno, em duas partes, cuja junção é visível no interior do bojo. O vidrado azulado cobre toda a superfície da peça excepto a base marcada por estrias concêntricas e radiais; a sua paragem é assinalada por uma linha alaranjada. A decoração associa o azul cobalto sob o vidrado e os esmaltes verde, vermelho ferro, amarelo castanho, preto e suas gradações sobre o vidrado. O bojo é totalmente preenchido por crianças, quer brincando com caranguejo e lanterna em flor de lótus, quer disfarçando-se de mandarim, seguido por criado com sombrinha de cerimónia, quer disputando um chapéu honorífico, sob o olhar vigilante de duas mulheres, uma com um leque e outra com uma criança pequena nos braços, enquanto outras crianças saltam à sua volta; duas mulheres, uma com leque e outra com ceptro de "ruyi", estão frente a frente, enquadradas por um elaborado rochedo perfurado em azul profundo. A cena ocorre num grande jardim com balaustrada, grandes rochedos ornamentais, bananeiras, pinheiro e aloés, confinando com rochedos azuis parcialmente ocultos por turbilhões de nuvens vermelhas. A cena remata, no ombro, com cercadura de padrão "gelo estalado". O colo é decorado com rochedos azuis e ramos de camélias vermelho ferro com as suas folhas verdes. Na tampa, três crianças jogam entre rochedos e aloés. A decoração dos potes CMAG 92 e CMAG 93, difere apenas no número de crianças: vinte na peça CMAG 92 e quinze no pote CMAG 93.
A colecção Meiyintang possui um pote semelhante a este.
Origem/Historial: Adquirido a Gentil Fernandes, em parte troca, em 26/8/1963, por 30.000$00 (trinta mil escudos), em conjunto com o CMAG 93. Em 1965, as Finanças atribuíram-lhe o valor de 35.000$00 (trinta e cinco mil escudos), juntamente com o CMAG 93.
A peça foi incorporada em 18/8/1967 por auto de entrega e cessão de bens ao Estado.
Incorporação: Por testamento em 31 de Julho de 1964
Bibliografia
KRAHL, Regina - Ceramics from the Meiyintang Collection. Londres: Azimuth Editions limited, 1994
PINTO DE MATOS, Maria Antónia - A Casa das Porcelanas. Cerâmica chinesa da Casa-Museu Dr.Anastácio Gonçalves. Londres: Phipip Wilson/IPM, 1996
PINTO DE MATOS, Maria Antónia (Coord.) - O Exótico nunca está em casa? A China na faiança e no azulejo portugueses (séculos XVII e XVIII). The Exotic is never home? The presence of China in Portuguese faience and azulejo (17yh-18th centuries). Museu Nacional do Azulejo. 2013