Pote

  • Museu: Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves
  • Nº de Inventário: CMAG 94
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Cerâmica
  • Autor: Autor desconhecido (-)
  • Datação: 1645/1655
  • Técnica: Azul cobalto aplicado sobre a pasta crua, revestida em seguida de vidrado, depois recebe os esmaltes.
  • Dimensões (cm): Alt. c/tampa:35; s/t: 28,8 x Larg. 24 x Diâm. boca: 12,6; base: 14,6
  • Descrição: Pote em forma de balaústre, com colo curto, terminando em rebordo arredondado, e tampa de encaixe em forma de cúpula com botão de preensão redondo e pontiagudo, torneado em porcelana branca, pesada e espessa, em duas partes, reunidas na parte superior do bojo. O vidrado, azulado, cobre toda a peça, excepto a base, estriada, onde uma linha alaranjada marca a sua paragem. A decoração, de desenho requintado, combinando o azul cobalto sob o vidrado e os esmaltes verde, vermelho ferro, amarelo, castanho, preto e suas gradações sobre o vidrado, desenvolve-se de forma contínua sobre o vaso. Trata-se de quinze crianças brincando sob o olhar atento de quatro damas, uma com uma criança nos braços, duas com leque e outra com ceptro de "ruyi", numa paisagem com rochedos decorativos, num azul cobalto vivo e aguadas claras sob o vidrado, bananeiras, vegetação e arbustos com bagas vermelhas, nuvens e sol, figurando em disco vermelho. As crianças dedicam-se a diversas actividades: uma segura uma lanterna em forma de flor de lótus, outra brinca com um caranguejo, quatro disputam um chapéu honorífico de general, uma disfarçou-se de "Sun Wukong", o macaco lendário, que se autodenomina imperador, enquanto duas executam a dança do leão ao ritmo do tambor tocado por uma terceira que outras crianças provocam com um leque. Esta dança é habitual na festa da lanterna, que decorre no quinto dia após o novo ano chinês. A cena é rematada no ombro por cercadura de padrão "gelo estalado" azul claro. No colo, dois ramos com camélias vermelhas alternam com rochedos azuis. A tampa, decorada com flores de lótus e peónias vermelhas separadas por rochedos, não deve pertencer ao pote. Na colecção da familia Butler existe um pote muito semelhante a este datado da dinastia Qing, período Shunzhi, cerca de 1645-1655, por Sir Michael Butler, que refere ter sido a paisagem executada num estilo de transição típico "Wucai". A base e o estilo da pintura sugerem que esta é uma peça do início do "wucai" de transição. Sir Michael Butler aponta também que muitas características da pintura tais como as nuvens, rochas e ramos de peónias no colo, se assemelham às que decoram o pote Tyson (Art Institut of Chicago), datado de 1646.
  • Origem/Historial: Adquirido a Eduardo, em 26/02/1952, por 10.000$00 (dez mil escudos). Em 1965, as Finanças atribuíram-lhe o valor de 25.000$00 (vinte e cinco mil escudos). A peça foi incorporada em 18/8/1967 por auto de entrega e cessão de bens ao Estado.
  • Incorporação: Por testamento em 31 de Julho de 1964

Bibliografia

  • BUTLER, Sir Michael; Medley e Little - Seventeeth Century, Chinese Porcelain from the Butler Family Collection. Alexandria, Virginia: Art Services International, 1990
  • PINTO DE MATOS, Maria Antónia - A Casa das Porcelanas. Cerâmica chinesa da Casa-Museu Dr.Anastácio Gonçalves. Londres: Phipip Wilson/IPM, 1996

Multimédia

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