Descrição: Composição em óleo sobre cartão fino, representando uma cena urbana de exterior, de uma rua de Barbizon, com figuras, uma igreja e diversas árvores. Esta pintura exibe uma pincelada rápida, espessa e luminosa onde podemos observar um caminho largo que conduz à igreja, situada precisamente no centro, representada por uma mancha branca. Na rua, num plano mais próximo vêem-se sobre o lado esquerdo duas figuras femininas, de cores ténues. No lado oposto, fechando visualmente a composição impõe-se diversas árvores de grande porte com diferentes tonalidades de verde, acentuando a profundidade da cena. Junto à igreja várias pontuações, muito subtis, de negro sugerem mais figuras humanas e uma carroça. O céu apresenta um tom azul-cinza com extensas manchas de branco à semelhança de outras obras de Silva Porto realizadas neste período. É uma composição bastante luminosa que se estrutura pela espontaneidade da pincelada, e um pretexto para articulação entre os elementos naturais do frondoso arvoredo manchado, cromaticamente com diversas maturações de tons verdes e acastanhados e as pontuações mais escuras das figuras representadas no eixo central da composição que conduz à fachada, a branco, colocada ao fundo. Neste trabalho de Silva Porto a presença humana é quase banida, enquanto a representação objetiva da natureza mostra-nos um profundo interesse em efeitos de luz.
Origem/Historial: Comprada ao Senhor Carlos Aberto da Silva Porto, em 4/01/1965, por 5.000$00 (cinco mil escudos). Anteriormente tinha sido propriedade de Artur Torres Pereira (membro da família da mulher de Silva Porto) como comprova o nome escrito na tábua que protege posteriormente a obra. Metida em moldura de cor natural da madeira com um friso dourado. Em 1965, as Finanças atribuiram-lhe o valor de 10.000$00 (dez mil escudos).