São Jorge

• Museu: Museu Nacional de Arte Antiga
• Nº de Inventário: 789 Esc
• Super Categoria: Arte
• Categoria: Escultura
• Autor: Autor desconhecido (.)
• Datação: 1450/1500
• Técnica: Escultura de vulto pleno. Policromada.
• Dimensões (cm): Alt. 180 x Larg. 60 x Prof. 40,5
• Descrição: São Jorge de pé e frontal, levanta o braço direito em gesto de desferir o golpe no dragão hoje perdido do conjunto escultórico. Com farta cabeleira negra trabalhada em inciso leve, apresenta tratamento pessoalizado do rosto: testa alta, olhos amendoados, cílios e lábios finos e nariz afilado. Enverga cota sobre tunicela decorada de flores. Sobre as costas lança-se um longo manto, de gola recta, fechada por galão, estruturado num pregueado vertical. Imagem dinâmica na excelente torsão corporal. Policromia: dominam o vermelho, preto, verde, castanho, azul anilado, douramentos e carnações.
• Origem/Historial: CARVALHO, Maria João Vilhena de, "S. Jorge", in Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, Edições Inapa, 1999, cat. 22, p. 85: "São Jorge é, nesta imagem, o jovem herói lendário em luta contra o dragão que custodiava a donzela, de acordo com a tradição que o associa ao homem - simbolizando o espírito, a inteligência, e a ordem - que a disputa com o monstro, símbolo da irracionalidade, do pecado e do mal. A figura esculpida de pé, acentuada pelo braço direito erguido, a expressividade da cabeça inclinada para o lado esquerdo de modo a acompanhar a dinâmica necessária ao desferir do golpe da lança sobre o dragão, tal como a posição do pé esquerdo, patenteiam uma plástica de volumes movimentados que hoje, perdido o monstro maléfico que compensaria a estrutura vertical, se caracteriza sobretudo pelo dinamismo em potência. O rico trabalho de acabamento policrómico, no qual sobressaiem o vermelho luminoso, o verde e a qualidade da encarnação do rosto e das mãos, vem sublinhar a dimensão heróica desta escultura de São Jorge. Face às suas características formais, a historiografia portuguesa filiou esta obra na imaginária alemã, com raiz renana, da segunda metade do século XV (Dias, 1992). Apesar da apetência portuguesa pela expressividade da escultura do Norte da Europa, notável sobretudo a partir do início do reinado de D. Manuel I, quando se regista um verdadeira migração de artistas para a Península Ibérica e para Portugal, é difícil integrar o São Jorge no conjunto de esculturas que os imaginários alemães terão deixado no nosso país, tratando-se antes de uma obra de importação contemporânea ou, eventualmente, até mais tardia."
• Incorporação: Comprado à Casa Calendas
• Centro de Fabrico: Península Ibérica (?)