Cruz Processional

  • Museu: Museu Nacional de Arte Antiga
  • Nº de Inventário: 168 Our
  • Super Categoria: Arte
  • Categoria: Ourivesaria
  • Autor: Autor desconhecido (Ourives)
  • Datação: Século 16
  • Técnica: Prata fundida, cinzelada e incisa; cristal de rocha lapidado e polido
  • Dimensões (cm): Alt. 41,5 x Larg. 34
  • Descrição: Cruz processional de braços e hastes sextavadas, formados por oito fragmentos em cristal de rocha e secções de ligação em prata, decoradas com cartelas rectangulares incisas e filetes perlados. Cada braço é composto por um fragmento de cristal de rocha com as respectivas ligações em prata. As extremidades dos braços, desiguais, são em cristal em forma de flor de lis rematado por quadrifólio em prata. Na haste superior resta apenas um fragmento de cristal sustentado por secções em prata, e a sua extremidade em forma de flor de lis em prata contornada por um filete inciso, remata numa esfera também em prata sobrepujada por um pequeno quadrifólio. A haste inferior apresenta duas secções em cristal de rocha, sendo a inferior de maior comprimento, ligadas entre si por idênticas secções em prata. A intersecção dos braços com a haste é de formato circular com o bordo alteado em friso e face lateral e o reverso em prata liso. A face frontal é incisa, observando-se no seu interior a inscrição IHS e no reverso um escudo com as cinco chagas incisas. Na face frontal em vulto perfeito, observa-se a figura de um Cristo em cobre policromado. A base desta cruz é constituída por dois nós em cristal de rocha facetados.
  • Origem/Historial: Proveniente do Convento das Donas de Santarém, a Cruz apresenta claramente marcas da sua utilização recorrente, conduzindo-a a diversas intervenções que a transformaram visivelmente, desde a sua origem à actualidade. Esta é constituída por uma soma de elementos ligados por braçadeiras de prata que "reconstroem" a peça dos acidentes sofridos ao longo do seu percurso histórico. Estas alterações efectuadas constituem ainda entraves à sua datação concreta, dificultando o apuramento da real antiguidade da peça. Alguns elementos estilístico desta obra relembram secções da desaparecida Cruz da Batalha, que o pintor Domingos António Sequeira registou no seu caderno de desenhos de viagem (MNAA, 3125 Des), onde os paralelismos com cruzes de origem catalã são evidentes. Inventário do Museu Nacional de Arte Antiga, Colecção de Ourivesaria. Do Românico ao Manuelino, IPM, 1995, p60.
  • Incorporação: Conventos extintos, Convento das Donas, Santarém
  • Centro de Fabrico: Itália, Portugal

Bibliografia

  • FRANCO, Aníso - "As cruzes de cristal de rocha - Transparência e transcendência", in Invnetário do Museu Nacional de Arte Antiga. Colecção de Ourivesaria, 1 volume, Do Românico ao Manuelino. Lisboa: IPM, 1995
  • HAHNLOSER, Hans; BRUGGER-KOCH, Susanne - Corpus der Hartsteinschliffe des 12-15. Jahrhunderts, Berlim: Deutscher Verlag fur Kunstwis., 1985
  • COUTO, João; A.M.Gonçalves - "A Ourivesaria em Portugal". Lisboa: Livros Horizonte, 1960
  • Inventário do Museu Nacional de Arte Antiga. Colecção de Ourivesaria, 1º volume, do Românico ao Manuelino. Lisboa: IPM, 1995

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